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Policial

PF faz apreensões em operação contra fraude no Ministério do Trabalho

De acordo com a fonte da PF, Simone Vasconcelos é acusada de emissão de notas fiscais frias por meio de uma empresa sua para o IMDC.

Uol

09 de Setembro de 2013 - 14:57

A Polícia Federal (PF) afirmou ter apreendido nesta segunda-feira (9) R$ 500 mil em dinheiro vivo, além de carros de luxo e aeronaves em operação intitulada "Esopo" deflagrada com objetivo de estancar fraude que, segundo a corporação, estava sendo praticada em programa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo o delegado Marcelo Freitas, a operação da Polícia Federal ocorreu nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Amapá, além do Paraná, Roraima, Rondônia e Paraíba, além do Distrito Federal. Durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, em Belo Horizonte, Freitas afirmou ainda que 22 pessoas foram presas. Entre elas, 11 foram conduzidas à Polícia Federal por meio de mandado de prisão coercitiva, ou seja, a pessoa é ouvida e liberada em seguida. O rombo já confirmado é de R$ 55 milhões.

Segundo uma fonte da polícia ligada às investigações, o IMDC (Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania), com sede em Belo Horizonte, é a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) apontada pela polícia como sendo a entidade responsável pelo desvio de dinheiro do ministério.

Entre os conduzidos de maneira coercitiva, estão um ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho, preso em Brasília-DF, e Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão. Além deles, foram presos ex-prefeitos de cidade mineiras, os administradores da Oscip e servidores públicos, cujos nomes não foram revelados.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), situada na capital mineira, e em um instituto ligado ao governo de Minas Gerais.

De acordo com a fonte da PF, Simone Vasconcelos é acusada de emissão de notas fiscais frias por meio de uma empresa sua para o IMDC.

"As investigações demonstraram que o foco central de atuação da organização criminosa era o Ministério do Trabalho e emprego, por intermédio do Programa Pró-Jovem. Sem dúvida nenhuma, o rombo causado pela OSCIP, tempo em vista o longo período de atuação, pode ser bem superior", afirmou Freitas.

Rombo

Conforme Israel José Carvalho, coordenador de Operações Especiais da Controladoria-Geral da União, de um total de repasses de dinheiro público da ordem de R$ 200 milhões, feito nos últimos cinco anos, (período alvo da investigação) à Oscip, R$ 55 milhões foram desviados.

Conforme o delegado Marcelo Freitas, o ex-secretário executivo do Ministério Público acusado de participação nas supostas fraudes teria o papel de "facilitador" no esquema, favorecendo a atuação da OSCIP mineira no ministério.

"O então secretário executivo atuava facilitando a atuação da OSCIP ora investigada no ministério de modo a excluí-la do cadastro de inadimplentes, permitindo que prestações de contas pudessem ser feitas sem a devida precaução", disse.

Segundo a polícia, os investigados vão responder pelos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

"Se somadas as penas abstratamente dos crimes, superam-se facilmente os 30 anos de prisão", disse o delegado Marcelos Freitas.