Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 23 de Dezembro de 2025

Política

A 17 meses da eleição, partidos já articulam alianças e montam estratégias para 2014

O quadro ganhará contornos mais nítidos em outubro, prazo final para as filiações partidárias.

Flávio Paes/Região News

05 de Maio de 2013 - 19:51

Embora a eleição para o Governo do Estado só aconteça daqui a 17 meses, em outubro do ano que vem, já são intensas as articulações nos bastidores das diferentes forças políticas que tentam se fortalecer em busca da inserção num projeto eleitoral vitorioso. O quadro ganhará contornos mais nítidos em outubro, prazo final para as filiações partidárias.

O senador Delcidio do Amaral, pré-candidato ao Governo pelo PT, apontado em todos os prognósticos como favorito, terá de demonstrar muita competência para evitar em 2014 a pulverização de candidatos que ele estimulou com sucesso na eleição para a Prefeitura de Campo.

Esta estratégia foi determinante para a derrota do candidato do PMDB, Edson Giroto, que enfraqueceu o cacife eleitoral do governador André Puccinelli, padrinho político de Giroto e do ex-prefeito Nelson Trad Filho, um dos concorrentes do senador na eleição para governador. O governador André Puccinelli, embora estimule as candidaturas de Nelsinho e da sua vice, Simone Tebet, pelo PMDB, mais interessado em disputar a única vaga para o Senado, já anunciou sua disposição de apoiar a reeleição da presidente Dilma Roussef, depois de apoiar nas últimas duas eleições presidenciais, os candidatos do PSDB.

André colocou o deputado Edson Giroto, um homem da sua absoluta confiança,  para tocar um pacote de obras bilionário orçado em R$ 1,2 bilhão, na expectativa de sustentar e aumentar popularidade, neutralizar a rejeição que seus espasmos de autoritarismo despertam na opinião pública e com isto, fechar a dobradinha com Delcidio.

Há vários nós a serem desatados para este projeto político se sustentar, embora PT e PMDB estejam aliados na eleição presidencial, com a reedição da chapa Dilma/Michel Temer. O maior temor é que o eleitor não absorva esta união após mais de duas décadas de divergências históricas das duas legendas em Mato Grosso do Sul.

O senador Delcidio do Amaral mantém uma posição cautelosa, nem rejeita, nem encampa de vez a tese da coligação com os peemedebistas, exatamente porque, com base em pesquisas, vê risco de o seu favoritismo ser engolido pela rejeição popular a esta aliança. O efeito colateral seria o fortalecimento do deputado federal Reinaldo Azambuja, que deve entrar na disputa cacifado pela expressiva votação obtida na eleição para prefeito (quando por pouco, não chegou ao segundo turno).

Fotos: Marcos Tomé/Região News

A 17 meses da eleição, partidos já articulam alianças e montam estratégias para 2014

Senador Delcidio do Amaral, ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, Vice-governadora Simone Tabet e deputado federal Reinaldo Azambuja

A candidatura de Reinaldo vai garantir no Estado um palanque forte ao candidato presidencial tucano, o senador Aécio Neves. Como a hipótese de uma aliança com o PSDB parece muito complicada (há uma resolução nacional do PT que veta coligação com os tucanos), o senador Delcidio pode optar por um caminho alternativo para aliar-se ao PMDB, que a vice-governadora Simone Tebet, seja a candidata ao Senado, ficando fora da chapa majoritária o governador (que ficaria no cargo até o final do seu mandato) e o ex-prefeito Nelson Trad, as lideranças peemedebistas que saíram com o prestígio mais arranhado da eleição na Capital.

O senador petista espera arrebatar do empresário Antônio João Hugo Rodrigues (pró-Nelsinho) o controle do PSD, entregando o partido ao professor Pedro Chaves, seu suplente, hoje no PSC. Conta com o governismo histórico do PR para ter a legenda no seu palanque. Os Republicanos já teriam até um nome para oferecer como a candidato a vice: o deputado Zé Teixeira, com base eleitoral em Dourados, que neste cenário deixaria o Democratas.

O PDT, que também tem um “faro” apurado para embarcar em projetos eleitorais com chances eleitorais, se estrutura e quer atrair o deputado George Takimoto (do PSL), para representar Dourados como vice. O governador André Puccinelli, além de uma possível aliança com o PT, pode apostar numa estratégia de pulverização de candidatos para forçar a realização do segundo turno.

Nesse cenário, o PMDB lançaria Nelsinho Trad, o PSDB colocaria o nome de Reinaldo Azambuja e se “escalaria” uma liderança de peso para entrar no PSB, disputar o Governo e assim abrir um palanque para o governador pernambucano Eduardo Campos, caso de fato, ele se aventure a disputar a Presidência da República.

Nesta reportagem o Região News traz a opinião de diferentes lideranças políticas, abrangendo um amplo espectro do panorama partidária. Confira.