Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quarta, 24 de Dezembro de 2025

Política

Com rejeição da PEC 37, Fábio Trad quer novo modelo de investigação

O parlamentar está convencido de que o MP não consegue investigar com eficiência sem o apoio policial

Flávio Paes/Região News

27 de Junho de 2013 - 11:26

Relator da comissão especial da PEC 37, que tentou buscar uma proposta conciliatória entre as posições do Ministério Público e dos delegados de polícia, o deputado federal Fábio Trad (PMDB/MS), saudou a rejeição pela Câmara Federal da PEC com “o atendimento do clamor ouvido das ruas”, mas defendeu nesta quarta-feira em plenário, um esforço para construção de um novo modelo de investigação criminal que permita ao Ministério Público investigar em parceria com as polícias.

Trad lembra que o crime organizado se articula e trabalha em conjunto, daí ser urgente buscar o entendimento entre as duas instituições para “evitar que a sociedade não fique em desvantagem perante o crime”. “A impunidade não se combate com a divisão e o conflito entre Policias e MP. As duas corporações devem se unir para investigar os crimes que geram a sensação de impunidade (crimes contra a administração pública, praticados por políticos e agentes públicos e cometidos por organizações criminosas). Se investigarem separadamente, o sistema vai se desorganizar”.

O parlamentar sul-mato-grossense está convencido de que é urgente “regularizar” a atuação do MPE, porque há diversas ações no Supremo Tribunal Federal que podem levar a anulação de ações dos promotores por não estarem previstas na Constituição Federal. Na opinião de Fábio Trad, é fundamental um esforço para uma definição constitucional para evitar a insegurança jurídica que “fragilizará o sistema de investigação”.  Sem esta regulamentação, há o risco do conflito entre as duas corporações aumentar. “Nenhuma instituição é dona absoluta da função que exerce”, avalia.

Ele reconhece que o Ministério Público deve investigar crimes, mas o Poder Judiciário deve exercer o controle da legalidade desta atribuição. O parlamentar está convencido de que o MP não consegue investigar com eficiência sem o apoio policial. O deputado entende que o sistema de investigação brasileiro precisa ser fortalecido e não dividido.

“Tanto as policias como o MP tem excesso de demanda e pouca resolutividade na investigação. As polícias estão fragilizadas e desprovidas de estrutura. Existem bons policias e maus policiais, mas a Policia é uma instituição indispensável ao Brasil. 19. Existem bons promotores e maus promotores, mas o MP é essencial ao país. Nenhuma instituição política tem o monopólio da perfeição de todas as virtudes. O Congresso Nacional precisa regrar este conflito porque é o Poder Legislativo. O poder é do povo e o povo quer segurança e uma boa segurança não combina com conflito corporativo”.