Política
Fritado por tucanos, Mauricio Anache pode deixar o PSDB
Nos sites chapa branca e pelo facebook, atribui-se ao vereador a proposta de acabar com a gratuidade do transporte universitário.
Flávio Paes/Região News
20 de Maio de 2013 - 08:38
Submetido a um processo de fritura interno, encampado nas redes sociais por sua colega de bancada, vereadora Vilma Felini, que atribui a ele a proposta de acabar com a gratuidade do transporte universitário, o vereador Mauricio Anache, líder da bancada tucana na Câmara de Sidrolândia, está desconfortável no partido e pode até deixar o ninho tucano.
Neste cenário ele se filiaria ao recém-criado Partido da Mobilização Democrática, criado a partir da fusão do PPS com o PMN. O vereador se irritou com o engajamento de Vilma Felini no que considera uma campanha orquestrada para denegrir sua imagem, quando até aqui afirma ter só procurado ajudar a administração com suas idéias.
Ele alfineta a colega observando que desconhece quais propostas a vereadora apresentou para a administração atender as expectativas da população. Vilma estaria dando um troco no colega, depois que Mauricio Anache apresentou o projeto ficha limpa para a administração municipal, que poderia tirar o marido da vereadora, Enelvo Felini, declarado inelegível pelo TSE, da administração municipal.
Anache admite estar descontente com os rumos do Governo Ari Basso, se incomoda porque suas propostas são ignoradas, além de não concordar que Enelvo Felini seja investido de uma autoridade que deveria estar sendo exercida pelo prefeito, eleito com uma vantagem superior a 3 mil votos.
Anache tem sido uma voz dissonante numa bancada governista disciplinada e disposta a referendar as posições do Executivo, onde até os petistas Edivaldo dos Santos e Sérgio Bolzan, trocaram a histórica contundência crítica do PT, por uma postura bajulatória diante da gestão do PSDB de fazer inveja aos mais apaixonados dos enelvistas.
Com sua retórica que para muitos tem ingredientes de utopia e ingenuidade diante de práticas políticas arraigadas, até aqui, o tucano literalmente roubou o discurso que os seis vereadores da oposição não conseguiram ou não quiseram assumir. Mauricio Anache tem irritado a cúpula da administração municipal coordenada por Enelvo Felini.
Ele tem sido a voz critica das condições da saúde, cobra uma gestão profissional e defende medidas para reduzir o tamanho da máquina pública, inchada com a contratação de quase 900 servidores no período eleitoral, que elevou para mais de R$ 4,7 milhões a folha de pagamento que hoje comprometem quase 70% da receita líquida da Prefeitura.
Anache literalmente caiu em desgraça no ninho tucano depois do seu pronunciamento da última sessão da Câmara, quando tornou a público os 10 mandamentos que sugeriu ao prefeito Ari Basso como receita para devolver ao Executivo, condições de retomar investimentos em obras, melhorar a situação da saúde.
Nos sites chapa branca e pelo facebook, atribui-se ao vereador a proposta de acabar com a gratuidade do transporte universitário, o acusando de contraditório, já que ele e a mulher teriam se utilizado do serviço quando fizeram faculdade. Mauricio esclarece que sua esposa nunca usou o transporte universitário e ele, já formado em medicina e cursando agronomia, usou o ônibus cinco dias, num período em que perdeu sua carteira de habilitação e não podia faltar as aulas.
Nunca defendi o fim do programa. Sou favorável a uma reformulação. Que seja assegurada gratuidade apenas os alunos de famílias com menor poder aquisitivo, sem condições de pagar. Ele é contra que universitários filhos de grandes empresários e produtores rurais, não paguem nada pelo serviço. O transporte universitário tem um custo mensal de R$ 316 mil e sua proposta é que qualquer economia com o programa seja revertida para a saúde.





