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Política

Novo presidente da Petrobras não será indicação política, diz Jucá

Jucá afirma também que saída de Pedro Parente não significa mudança na política de preços da estatal

VEJA

01 de Junho de 2018 - 16:45

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) disse nesta sexta-feira que a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras não significará uma mudança radical na política de preços da estatal.

“Não haverá mudança radical. O que a gente tem defendido é a construção de um sistema de política de preço que dê previsibilidade. Eu acho que a falta dessa previsibilidade foi a grande falha desse sistema, que funcionaria em situações normais, em que o aumento no preço do barril do petróleo fosse eventual. Com essa vulnerabilidade do barril do petróleo, com essa crise internacional com o Oriente Médio, todo dia é uma gangorra. Isso cria uma distorção da política que eles fizeram, que é de ação e reação”, avaliou.

Jucá aposta que Parente será substituído por um nome técnico e descartou que o novo presidente da estatal será indicado politicamente. “A linha traçada para a Petrobras pelo governo, de recuperação da estatal, vai continuar. O governo vai ter responsabilidade com a Petrobras. Temos que ajustar a conjuntura sem perder a política de recuperação da empresa. O governo não vai tirar um técnico e colocar um politico, não vai manipular o preço do combustível”, afirmou.

Como solução para alta do preço dos combustíveis, Jucá defendeu a criação de uma Câmara de Compensação, que defina valores máximos e mínimos, além da busca da redução tributária. “Eu acho que mais de 50% do preço do combustível ser imposto é muito pesado. O governo está reduzindo PIS e Cofins, defendo redução de ICMS, mas tudo isso vai ser discutido com calma; não pode ser de forma açodada”, ponderou.

Para o líder do governo no Senado, Pedro Parente “é um excelente quadro, alguém diferenciado que teve reciprocidade com a Petrobras e com o país.”

Faltou ‘sensibilidade política’

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também elogiou Pedro Parente, mas ponderou que a falta de “sensibilidade política” do presidente demissionário da Petrobras fez com que deixasse o cargo. “O que sobrou nele de gestão, competência e credibilidade faltou em sensibilidade política. Num momento de crise, em que precisávamos do entendimento de que a Petrobras é do povo brasileiro, Parente não soube conduzir o processo, tornando sua permanência insustentável.”

A senadora acrescentou que a estatal é autônoma e “deve continuar tendo liberdade na política de preços”, mas, ao criticar os reajustes diários, defendeu que “a empresa precisa estar em sintonia com o momento econômico de recessão do país”.

Na contramão de Jucá, Simone Tebet defendeu um nome político para comandar a empresa. “Sobre o futuro da Petrobras, entendo que o sucessor precisa ser um gestor político. Que seja competente e experiente, mas, acima de tudo, político – para entender que a Petrobras, embora tenha autonomia administrativa, é uma estatal que pertence ao povo brasileiro”, afirmou.