Política
Partidos se reúnem para convencer Daltro a disputar e definir plano B em caso de impugnação
Com esta alquimia política o objetivo seria transformar uma eventual cassação da candidatura do ex-prefeito num instrumento de marketing.
Flávio Paes/Região News
19 de Julho de 2016 - 10:27
Lideranças do PMDB e de alguns partidos de oposição se reúnem nesta terça-feira à noite para tentar convencer o ex-prefeito Daltro Fiúza a ser candidato, mesmo se não conseguir tirar seu nome da lista do Tribunal de Contas com 115 ex-gestores de Mato Grosso do Sul com contas rejeitadas.
Como parte da estratégia, o empresário Acelino Cristaldo seria indicado candidato à vice, transformando-se em titular da chapa na eventualidade da justiça eleitoral impugnar a candidatura de Fiúza, que então seria representado na chapa por sua esposa, Rose Fiúza, como vice.
Com esta alquimia política o objetivo seria transformar uma eventual cassação da candidatura do ex-prefeito num instrumento de marketing para garantir dividendos eleitorais a partir da sua vitimização como alguém perseguido pelos tucanos, temerosos da sua popularidade.
Em favor desta fórmula, os criadores vão tentar desenhar o cenário de 2013, quando o produtor rural Ari Basso, saiu vencedor da eleição suplementar; supostamente beneficiado do sentimento de injustiça gerado pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral que impediu a posse de Enelvo Felini, vencedor da eleição de 2012.
O ex-prefeito comunicou na semana passada a dirigentes partidários, com os quais vinha mantendo conversação, que só seria candidato caso seu nome seja excluído da relação enviada ao TRE/MS com os ex-gestores com pendências no Tribunal de Contas.
Nesta segunda-feira os correligionários de Daltro se animaram e fizeram questão de pulverizar nas redes sociais, trechos de duas entrevistas concedidas pelo ex-governador André Puccinelli e o presidente do diretório regional do PMDB, Junior Mochi, nas quais eles garantem (embora a palavra final seja da Justiça Eleitoral) que o ex-prefeito está em condições de disputar a eleição por gozar de seus direitos políticos, não corre risco de ter sua candidatura impugnada.
Puccinelli chegou a dizer que o escritório de seu filho (o advogado André Puccinelli Junior) teria resolvido à situação. O fato é que o nome de Daltro continua mencionado (duas vezes) na lista do TCE. Outra interpretação, sustentada por lideranças ligadas a Daltro, é que a ameaça de sair da disputa faria parte da estratégia de Fiúza para chamar atenção da direção regional do PMDB sobre a necessidade do partido lhe oferecer estrutura (inclusive financeira) para encarar uma campanha na qual terá de enfrentar o peso de duas máquinas, a da Prefeitura e a do Governo do Estado.




