Política
Prefeito Ari Basso perde maioria na Câmara e enfrenta 1ª crise política
O prefeito Ari Basso pelo menos aparentemente não demonstra preocupação com a possível perda da maioria na Câmara.
Flávio Paes/Região News
21 de Maio de 2013 - 08:45
Exatamente um dia depois de completar 60 dias de administração, o prefeito Ari Basso teve exposta na sessão desta segunda-feira (20/05) da Câmara Municipal a primeira crise política que está enfrentando na sua base política no Legislativo, onde a julgar pelas votações, perdeu maioria.
O chamado G-7, grupo de sete vereadores que se elegeu na aliança do PSDB, literalmente desidratou, se reduziu a cinco integrantes, com a dissidência aberta por dois tucanos, Mauricio Anache e Marcos Roberto. Ambos estão criticando publicamente os rumos do Governo, além de terem se juntado à oposição para aprovar requerimentos de informação, obstruir projetos e até apresentar e apoiar propostas, como o da ficha limpa, que atinge exatamente Enelvo Felini, que cumpre às vezes de tutor da administração.
Ontem pela manhã os dois vereadores, que integram Comissão Geral de Assuntos Legislativos (CGAL), obstruíram pela terceira vez o projeto que autoriza o Executivo a desmembrar uma área de 8 mil metros quadrados destinada a construção da central de abastecimento e comercialização da agricultura familiar, reservando metade ao corpo de bombeiros.
Antes, ainda na gestão interina de Ilson Peres, Anache devolveu ao Executivo o projeto que renovava o convênio do transporte universitário com a associação dos estudantes, além de repasses a entidades. O posicionamento de ambos acabou tornando irreversível a aprovação de dois requerimentos com pedidos de informação ao Executivo apresentados pelo vereador David Moura de Olindo (PR).
É a primeira vez em oito anos que um representante da oposição, em minoria, consegue incomodar o prefeito com uma medida desta natureza. Na segunda gestão de Daltro Fiuza, requerimentos similares apresentados pelo ex-vereador Di Cezar, sequer passavam na CGAL, onde eram abortados antes de serem submetidos ao plenário.
Esta crise é atribuída a uma combinação de fatores, em que se junta à falta de traquejo do prefeito para articular politicamente, o excesso de expectativa de vereadores estreantes quanto à resolutividade dos seus mandatos, mas também reflete a rejeição ao excesso de poder delegado a Enelvo Felini, que estaria privilegiando sua esposa, a vereadora Vilma Felini.
O vereador Marcos Roberto, por exemplo, embora tenha influenciado sete nomeações para cargos comissionados na Prefeitura, está descontente porque não conseguiu emplacar nenhuma das suas ideias, como a criação da guarda municipal, a nomeação de inspetores para supervisionar o transporte escolar na zona rural.
Enquanto isto, a vereadora assumiu a paternidade (ou precisamente a maternidade) da criação da feira livre que atende um anseio do assentado, exatamente a base eleitoral de Marcos. O vereador Maurício Anache, que tem sido o crítico mais contundente dos problemas na saúde pública (falta de medicamentos, médicos) e do inchaço da máquina pública, transformou-se em alvo preferencial dos setores do PSDB vinculados Enelvo Felini, que o atacaram em sites e nas redes sociais.
Eles tentaram atribuir a ele a ideia de acabar com a gratuidade do transporte universitária. As críticas, endossadas pela vereadora Vilma Felini, mostraram ainda a contradição do vereador de defender a extinção de um beneficio depois de supostamente ter usufruído da gratuidade nos tempos de estudante junto à esposa.
O vereador se sentiu duplamente ofendido, porque segundo ele, não propôs a extinção do programa (e sim alguns ajustes, para atender os estudantes cujas famílias não têm condições de pagar), muito menos usufruiu da gratuidade. Minha esposa, quando fazia faculdade em Campo Grande ia de carro e eu, na época cursando agronomia, usei o ônibus uma semana, porque havia perdido a carteira de motorista, explicou.
O prefeito Ari Basso pelo menos aparentemente não demonstra preocupação com a possível perda da maioria na Câmara. Ele diz que respeita as criticas dos vereadores do seu partido e garante: não tem atendido as reivindicações dos vereadores aliados por causa das dificuldades financeiras enfrentadas pelo município.




