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Política

Reforma Política: Mara Caseiro diz que plebiscito desmoraliza Congresso Nacional

Mara Caseiro lembrou que, em 2011, houve em Mato Grosso do Sul um debate sobre a Reforma Política, e que um dos temas mais abordados foi a unificação das eleições.

Assessoria

02 de Julho de 2013 - 13:10

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) se posicionou hoje (2) contra o plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff (PT) para que a população opine sobre os principais pontos da Reforma Política. Em sua visão, os eleitores já votaram em seus representantes e compete aos deputados e senadores elaborar e apresentar a proposta.

“Será que nós não temos deputados competentes para fazer a reforma politica que estamos precisando? Propor esse plebiscito é dizer que não estamos sabendo votar, escolher nossos representantes. Isso é uma desmoralização ao Congresso, à nossa classe politica, e temos que dizer não a isso”, disparou.

Outro ponto levantado pela deputada é o preço a ser gasto nessa consulta popular. De acordo com reportagem divulgada pela revista IstoÉ, o plebiscito proposto pela presidência da República custaria R$ 500 milhões aos cofres públicos. Para a parlamentar, essa verba poderia ser gasta, por exemplo, na área da saúde, com a compra de equipamentos para os vários hospitais do País.

Mara Caseiro lembrou que, em 2011, houve em Mato Grosso do Sul um debate sobre a Reforma Política, e que um dos temas mais abordados foi a unificação das eleições. Uma das justificativas é a questão da economia que pode ser feita com esse procedimento.

“A unificação é de extrema importância para que o País não pare mais de dois em dois anos. E aí não é mais permitido assinar contrato de obras, por exemplo, porque é período eleitoral”, colocou, lembrando que a mesma reportagem da revista IstoÉ revela que foram gastos R$ 6 bilhões para organizar as eleições municipais de 2012.

"E de dois em dois anos temos que ver esse dinheiro ser gasto para eleger novos representantes. Por que não fazer isso de cinco em cinco anos, elegendo de vereador a presidente da República?", questionou.

De acordo com a revista, foram gastos R$ 606 milhões somente com propaganda eleitoral. O valor é maior do que o gasto com erradicação do trabalho infantil e com a prevenção e combate à corrupção.

Durante aparte, o deputado Laerte Tetila (PT) se posicionou a favor do plebiscito, por entender que a Reforma Política está parada há 10 anos no Congresso, assim como a Reforma Tributária, que há mais de 15 anos tramita em Brasília.

Por outro lado, os deputados Zé Teixeira (DEM) e Rinaldo Modesto (PSDB) concordam com Mara Caseiro, e entendem que a realização de um plebiscito seria prejudicial ao País. Para o democrata, não se faz reforma politica com 32 partidos no Congresso Nacional “e muito menos em um país governado por medidas provisórias”.

“Quem tem que fazer essa reforma são os políticos, que representam o povo. Estamos aqui porque fomos eleitos, e o povo acha que a gente é capaz para isso”, declarou.

Rinaldo Modesto entende que a presidente Dilma está desviando o foco, uma vez que o que levou as pessoas em passeata às ruas do País foi a vontade de ter saúde, educação e transporte de qualidade, e não reforma política.