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Saúde

MS tem seis casos suspeitos de febre maculosa

Dos oito casos suspeitos, dois foram descartados e seis continuam em investigação.

Correio do Estado

26 de Junho de 2023 - 15:15

MS tem seis casos suspeitos de febre maculosa
Capivara é um dos principais hospedeiros da doença - GERSON OLIVEIRA

Nota divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS) aponta que oito casos suspeitos de Febre Maculosa foram notificados em Mato Grosso do Sul.

Dos oito casos suspeitos, dois foram descartados e seis continuam em investigação.

Os casos descartados são de um homem de 29 anos de Ribas do Rio Pardo e de uma idosa de 63 anos de Campo Grande.

Já os seis casos suspeitos são de um homem de 29 anos de Campo Grande (novo caso); homem de 61 anos de Aquidauana; mulher de 48 anos de Figueirão; idoso de 72 anos de Aparecida do Taboado; homem de 61 anos de Campo Grande e um bebê de 1 ano de Campo Grande.

Não há nenhum caso confirmado. O tempo de investigação dos casos suspeitos é de 15 dias úteis, para confirmar ou descartar.

De acordo com a SES, o último caso da doença foi registrado em fevereiro de 2018. Desde 2015, foram notificados 119 casos suspeitos.

Neste mês, quatro pessoas faleceram vítimas de Febre Maculosa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP).

FEBRE MACULOSA

De acordo a médica infectologista, Rafaeli Cardoso, a Febre Maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) infectado pela bactéria Rickettsia.

O carrapato-estrela é encontrado em animais de grande porte, como capivaras, bois, cavalos, gambás, coelhos e aves. Geralmente não é encontrado em cães e gatos.

A transmissão ocorre pela picada. O carrapato infectado permanece fixado por, pelo menos, quatro horas na pele da pessoa. Não existe transmissão de pessoa para pessoa.

A doença é mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins.

De acordo com a médica, os sintomas da doença são:

  • Febre alta
  • Manchas avermelhadas, que não coçam e que aparecem primeiramente no pulso e tornozelo
  • Dor no corpo
  • Dor de cabeça
  • Falta de apetite
  • Desânimo
  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia

Para diagnóstico da doença, o médico deve observar o histórico do paciente, principalmente se esteve em regiões onde há cavalos, capivaras ou animais silvestres.

Caso a pessoa não seja medicada corretamente a tempo, a doença pode evoluir para casos mais graves como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar à óbito.

Para se proteger da doença, é necessário:

  • Usar botas, calça e camisa compridas/claras em locais de mato
  • Evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos
  • Durante a caminhada em locais de mato, verifique se há carrapatos em seu corpo
  • Apare gramados rente ao solo
  • Não leve animais de estimação para áreas rurais, como chácaras ou fazendas - tome cuidado para que ele não se torne reservatório da febre maculosa quando você retornar para a sua cidade
  • Para quem mora em áreas rurais: não deixe animais de estimação dentro de casa e faça higiene desses animais com mais frequência

CUIDADOS

Campo Grande é uma cidade com grande quantidade de capivaras, um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela.

Com isso, a prefeitura da Capital alerta para que a população tome cuidado ao frequentar áreas onde habitam capivaras, como parques e áreas verdes.

Parque das Nações Indígenas, Parque dos Poderes, Lago do Amor, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Praça das Águas, avenida Lúdio Martins Coelho e avenida José Barbosa Rodrigues são os principais lugares em Campo Grande onde o animal habita.

“É importante tomar medidas preventivas ao frequentar áreas onde há presença de capivaras, como parques e áreas verdes. Recomenda-se evitar o contato direto com os carrapatos, usar roupas adequadas, aplicar repelentes e realizar uma inspeção minuciosa no corpo após a exposição a esses ambientes”, afirmou a prefeitura em nota enviada ao Correio do Estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a médica infectologista, Rafaeli Cardoso Barbosa, afirmou que não há motivos para preocupação, mas sim para aumentar os cuidados.

“Não há motivo para preocupação devido nosso estado ter uma grande quantidade de capivaras, pois não somos uma área potencialmente endêmica. O que não exclui termos cuidados ao frequentar espaços com risco de exposição a carrapatos. A febre maculosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii é a de maior importância no país por ter taxa de letalidade de 50% e é endêmica na região Sudeste (áreas urbanas com divisa de Mata Atlântica)”, explicou.