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SIDROLÂNDIA- MS

Frigorífico Balbinos retoma abate após 30 dias de férias coletivas e espera recuperação judicial

A empresa volta a operar com previsão de abater até 800 cabeças de gado por dia, em meio ao processo de recuperação judicial e à expectativa de que a Justiça autorize seu plano de reorganização financeira.

Redação/Região News

16 de Novembro de 2025 - 18:23

Frigorífico Balbinos retoma abate após 30 dias de férias coletivas e espera recuperação judicial
Frigorífico Balbinos. Foto: Marcos Tomé/Região News

O Frigorífico Balbinos retoma nesta segunda-feira(17) suas atividades após 30 dias de férias coletivas, período marcado por incertezas entre os trabalhadores quanto à manutenção dos empregos. A empresa volta a operar com previsão de abater até 800 cabeças de gado por dia, em meio ao processo de recuperação judicial e à expectativa de que a Justiça autorize seu plano de reorganização financeira.

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A reabertura da indústria traz alívio para os trabalhadores e é um passo fundamental para que a Justiça autorize a recuperação judicial e assim a empresa vai garantir a renegociação do seu passivo financeiro.

O pedido de recuperação judicial foi protocolado no último dia 31 de outubro, após duas semanas de férias coletivas, medida emergencial porque a indústria estava sem acesso a crédito para garantir o fluxo de caixa para aquisição de gado para o abate que gera um custo diário de R$ 3 milhões. Em 3 de novembro, a empresa obteve uma liminar que suspendeu por 30 dias a penhora de bens solicitada por credores, garantindo um período de estabilidade mínima para retomar as atividades. A decisão, porém, manteve a restrição de crédito do CNPJ, o que limita operações financeiras e acesso a financiamentos.

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Segundo os advogados da empresa, o pedido de recuperação judicial tornou-se indispensável diante do agravamento da crise financeira causada por uma combinação de fatores internos e externos. Entre os principais pontos, destacam o investimento de R$ 50 milhões na implantação da nova sala de desossa, concluída há quatro anos, mas que permanece fechada por falta de pavimentação no acesso ao pátio de desembarque de gado — obra prometida por três gestões municipais e nunca executada. Sem a sala de desossa em funcionamento, o frigorífico não conseguiu se habilitar para exportação, o que comprometeu a ampliação de mercados e a geração de receita.

Além disso, o frigorífico foi afetado pela alta dos juros, pela volatilidade cambial, pela redução da oferta de gado na região e pelas secas recentes, que elevaram os custos de produção. O passivo total atingiu R$ 185,4 milhões em setembro de 2025, com prejuízos acumulados de R$ 15,5 milhões em 2024.

A retomada do abate traz alívio aos trabalhadores, que passaram semanas temendo demissões e buscando diárias em frigoríficos de cidades vizinhas. Para a direção, o retorno é crucial para recompor o caixa, recuperar a confiança de fornecedores e demonstrar capacidade operacional — fatores que podem influenciar positivamente a análise judicial.

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Se deferida, a recuperação judicial permitirá renegociar dívidas de curto prazo que somam mais de R$ 120 milhões, garantindo a preservação de cerca de 600 empregos diretos e indiretos e assegurando a continuidade da cadeia produtiva da carne bovina em Sidrolândia.

O prazo da liminar expira no início de dezembro, quando o Judiciário deve reavaliar a situação financeira da empresa e decidir se restabelece as penhoras ou concede proteção ampliada pelo regime de recuperação judicial.