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Jovem que se queimou ao fazer bife na chapa espera há 5 meses por exame de broncospia

Geovane sofreu um acidente doméstico em 13 de julho, quando manuseava combustível perto de uma chapa quente, e teve queimaduras em 28% do tórax.

Redação/Região News

09 de Dezembro de 2025 - 08:22

Jovem que se queimou ao fazer bife na chapa espera há 5 meses por exame de broncospia
Geovane teve queimaduras graves no tórax e nas vias aéreas. Foto: Arquivo pessoal

O jovem Geovane Mateus Costa Lima, de 26 anos, espera há cinco meses por um exame de broncoscopia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Geovane sofreu um acidente doméstico em 13 de julho, quando manuseava combustível perto de uma chapa quente, e teve queimaduras em 28% do tórax e nas vias aéreas.

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Rarielen Santos Pereira diz que, Geovane preparava carne quando, ao colocar combustível, ocorreu uma explosão. Ele foi levado na vaga zero para a Santa Casa de Campo Grande, onde passou por intubação. Ficou 15 dias na UTI e outros 19 na área de queimados. Ao receber alta, ainda conseguia falar, mas cerca de dois meses depois perdeu totalmente a voz. A broncoscopia, realizada durante a internação e que deveria ter sido repetida no mesmo período, segue sem previsão.

A família também aguarda, há três meses, uma cirurgia para trocar a cânula usada por Geovane, que já não atende às necessidades do tratamento.

“Estamos sem qualquer previsão concreta, apenas justificativas e promessas que nunca se cumprem. Um processo que já seria longo por natureza está se tornando desumano, desmotivador e sem esperança, por pura falta de retorno e resolução”, diz Rarielen. Como é considerado um procedimento ambulatorial, a Santa Casa, que está passando por um dos crônicos ciclos de crise financeira, suspendendo a realização dos exames.

O casal tem um filho de seis anos. Antes do acidente, Geovane trabalhava como armador em uma empresa de pré-moldados de concreto, e Rarielen era manicure. Ele não pôde voltar ao trabalho, e ela deixou a profissão para cuidar do marido. Hoje, vivem da ajuda de amigos e parentes.

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“Me sinto desgastada. Parece que estamos pedindo um favor. A gente adoece em outras áreas, psicologicamente. É estressante ficar de um lado para o outro. Não sabemos como está a garganta dele por dentro; isso me angustia”, desabafa.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o pedido do exame foi inserido no Sistema de Regulação em 2 de dezembro e aguarda disponibilidade de vaga.

A secretária municipal de Saúde, Vanessa do Prado, informa que a broncoscopia é um procedimento ambulatorial e foi inserida na regulação como urgente no mesmo dia em que a família procurou o município. Como a Santa Casa é a unidade de referência, o caso passou pela Regulação de Campo Grande, que reclassificou o pedido para prioridade amarela, considerada “pouco urgente”, enviando-o para a fila única.

“Estamos empenhados em solucionar o caso sem interrupção, dedicando esforços diários. Considero injustas as declarações feitas na imprensa, que sugerem falta de assistência ou interesse em regularizar a situação. É importante lembrar que ela e o esposo não são os únicos pacientes do Estado, e não podemos agir fora das normas estabelecidas.”

A secretária garante que em nenhum momento a situação do jovem foi negligenciada.

“Chegamos a oferecer a possibilidade de arrecadar fundos para custear o tratamento particular, já que não foi possível obter vaga em Campo Grande. Tentamos também o Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para buscar alternativas em outros hospitais. Todos sabem da situação precária em Campo Grande: a Santa Casa e o Hospital Regional são as principais referências para o caso de Cilindro Lange. Se a Santa Casa não pode realizar o procedimento, somos obrigados a procurar outras opções, como o Hospital Universitário, que também não realiza.”

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Ela reforça que a equipe tem ido além das obrigações legais.

“Dentro dos limites da minha competência, e até mesmo excedendo-os, estamos atuando para oferecer o melhor suporte possível.”

A broncoscopia é um exame endoscópico que permite ao médico visualizar as vias aéreas (nariz, garganta, traqueia e brônquios) usando um tubo fino com câmera (broncoscópio), diagnosticando e tratando problemas como tumores, infecções, sangramentos ou remoção de corpos estranhos, sendo feita com sedação e jejum prévio,