SIDROLÂNDIA- MS
Licitação do lixo destina R$ 4,2 milhões para coleta de bags, entulhos e varrição
Os R$ 4,2 milhões destinados apenas à coleta de entulhos, bags e varrição representam 33% do valor global da licitação, estimado em R$ 11,9 mi por ano.
Redação/Região News
24 de Dezembro de 2025 - 10:24

A licitação da coleta de lixo lançada pela Prefeitura de Sidrolândia reserva R$ 4,29 milhões por ano para terceirizar a coleta de bags de entulho, galhos, folhas, móveis e colchões, além dos resíduos de varrição, roçada, capinação e poda de árvores. O valor chama atenção não apenas pelo montante, mas por escancarar um recuo da gestão do prefeito Rodrigo Basso, após a tentativa de transferir aos moradores a responsabilidade (e o custo) pelo descarte desses materiais.
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A ideia inicial da administração era obrigar quem produzisse os resíduos a pagar pelo transporte até o ecoponto ou até a UTR (Unidade de Triagem de Resíduos), instalada no Assentamento Flórida. A proposta fracassou diante da reação popular e do acúmulo de bags em frente às casas, calçadas e canteiros centrais da cidade.
Desde novembro, após decisão judicial proibir o descarte de entulhos, galhos e folhas no aterro sanitário, a Prefeitura chegou a anunciar a suspensão da coleta, sem apresentar alternativa viável à população. O resultado foi previsível: ruas sujas, canteiros tomados por bags e moradores pressionados por notificações para retirar os resíduos em até cinco dias, sob ameaça de multa de R$ 5 mil e até processo por crime ambiental. Diante do impasse, a solução encontrada foi socializar a conta, transferindo o custo do descarte para o orçamento público.
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De acordo com o edital, a estimativa é recolher 22.487,83 toneladas por mês, ao custo de R$ 191,01 por tonelada, o que resulta em uma despesa mensal de R$ 357.957,60 e anual de R$ 4.295.492,26. Parte desse material deverá ser transportada até a UTR do Assentamento Flórida, em um trajeto de quase 20 quilômetros por viagem (ida e volta), fator que contribui para elevar o custo da operação.
Mesmo com essa logística onerosa, o edital exige apenas caminhões de pequeno porte, com capacidade mínima de 5 m³ e até cinco anos de uso, o que tende a gerar mais viagens, maior consumo de combustível e aumento indireto dos custos operacionais.
A coleta de resíduos volumosos não será automática. Pelo edital, o morador deverá separar o material, solicitar o serviço por telefone, receber um protocolo e aguardar até 21 dias para o recolhimento. O volume de entulho da construção será limitado a 1 m³ por CPF. Também serão levados objetos volumosos, como móveis e colchões.
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Durante esse período de espera, o material não poderá ficará exposto em frente aos imóveis, no passeio público. A empresa vencedora ainda terá de realizar campanhas de divulgação para explicar à população um serviço que, na prática, pode levar até três semanas para ser executado.
Peso no contrato global
Os R$ 4,2 milhões destinados apenas à coleta de entulhos, bags e varrição representam 33% do valor global da licitação, estimado em R$ 11,9 milhões por ano.




