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SIDROLÂNDIA- MS

Mesmo com a retomada de 8 mil hectares, mais da metade dos Terena mora fora das terras indígenas

Esses dados foram revelados pelo Censo 2022 do IBGE, divulgado na última quinta-feira.

Redação/Região News

21 de Dezembro de 2024 - 09:48

Mesmo com a retomada de 8 mil hectares, mais da metade dos Terena mora fora das terras indígenas
Sidrolândia possui uma população indígena de 3.309 habitantes. Foto: Arquivo RN

Mesmo após a incorporação de 8 mil hectares à Terra Indígena Buriti e a criação de três aldeias urbanas nos últimos três anos, 50,44% dos indígenas terena residentes em Sidrolândia ainda vivem fora das terras indígenas. Esses dados foram revelados na última quinta-feira com a divulgação pelo IBGE  da extratificação entre as zonas urbana e rural da população Terena.

Sidrolândia tem uma população indígena de 3.309 habitantes, sendo:

  • 2.282 na zona urbana (a 5ª maior do Estado)
  • 1.027 na zona rural, concentrados na Reserva Indígena Buriti, que foi ampliada de 550 hectares para 8.550 hectares.

Crescimento populacional

No intervalo de 12 anos entre um censo e outro, houve um crescimento expressivo da população indígena no município:

  • Zona rural: aumento de 23,28% (de 833 para 1.027 habitantes).
  • Zona urbana: aumento de 84,31% (de 1.239 para 2.282 habitantes).
  • Total geral: crescimento de 40,20%.

A busca por oportunidades de trabalho, especialmente no frigorífico da JBS, atraiu um grande número de indígenas terena, principalmente de Aquidauana (distrito de Taunay). Esse fluxo migratório deu origem às aldeias Nova Tereré e Nascentes, situadas entre os bairros Morada da Serra e Jardim Petrópolis.

A ocupação dessas áreas foi uma alternativa para centenas de famílias que buscavam escapar dos altos custos de aluguel na cidade, onde o valor mensal de uma casa simples pode consumir metade do salário médio oferecido pela JBS (cerca de R$ 1.500).

Na comunidade Nova Nascente, onde vivem 389 pessoas, houve avanços importantes, 15 anos após a chegada das primeiras famílias, chegou:

  • Água encanada: A Prefeitura custeou a perfuração de um poço artesiano, enquanto a Secretaria de Saúde Indígena forneceu as mangueiras e um reservatório. Em regime de mutirão, os moradores implantaram a rede de abastecimento.
  • Educação: A comunidade construiu, de forma coletiva, três salas de aula onde atualmente funciona a escola.