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SIDROLÂNDIA- MS

MP quer cobrar de motorista tratamento do sobrevivente de acidente em que 4 pessoas morreram

Nesta segunda-feira foi realizada a audiência para o juiz interrogar David Queiroz, que vai à júri popular por homicídio, além das testemunhas de defesa e acusação.

Redação/Região News

01 de Julho de 2025 - 09:53

MP quer cobrar de motorista tratamento do sobrevivente de acidente em que 4 pessoas morreram
David Lopes Queiroz responsável pelo acidente no qual 4 pessoas da mesma família morreram. Foto: Divulgação

O Ministério Público vai requerer ao titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, para que-ele obrigue o mecânico David Lopes Queiroz responsável pelo acidente no qual 4 pessoas da mesma família morreram, pague o tratamento de recuperação de um dos sobreviventes, Otávio Leite Saraiva, um garoto de 12 anos. David que dirigia um Corsa entrou na contramão e bateu numa Saveiro. O acidente foi na BR-060, perto de Campo Grande.

Otávio ficou 17 dias internado na Santa Casa, onde foi submetido a cinco cirurgias, colocou pinos em várias partes do corpo. Como ainda não consegue se locomover sem ajuda de muletas, não tem ido à escola.

“Ele precisa de cuidado 24 horas. Não vai ao banheiro sozinho porque não consegue colocar o pé no chão. Está fazendo terapia, tem acompanhamento com psiquiatra e pra estudar, a professora vem aqui em casa duas vezes na semana”, contou o pai do garoto, Odiney Centurión Saraiva que relatou a rotina diária com filho que teve o fêmur quebrado, braço e dentes fraturados. Atualmente, o menino é acompanhado por uma enfermeira da Santa Casa e terapeuta.

MP quer cobrar de motorista tratamento do sobrevivente de acidente em que 4 pessoas morreram
Drielle Leite Lopes; e os filhos: Helena Leite Saraiva, José Augusto Leite Saraiva e João Lúcio Leite Saraiva, morreram no local do acidente. Foto: Divulgação

Todo este tratamento tem lhe custado em torno de R$ 10 mil, incluindo medicamentos, além dos tratamentos com terapia, enfermeira, maca e cadeira de rodas. “Ele não sai, não consegue andar, não pode pisar o pé no chão. Eu tenho que chamar os amiguinhos para ir lá. Minha casa era cheia por causa das crianças, agora é só eu e ele”, relatou.

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Nesta segunda-feira foi realizada a audiência para o juiz interrogar David Queiroz, que vai à júri popular por homicídio, além das testemunhas de defesa e acusação.

Ainda muito abalado pela tragédia que dizimou parte da sua família. Oldiney diz que “o mínimo que se espera é que ele seja condenado por homicídio doloso, pois estará dirigindo sob efeito de álcool e cocaína", conforme relato do irmão do suspeito.

Oldiney desmaiou logo após o acidente. Ele se recorda apenas do dia em que acordou na casa de um familiar. Os médicos atribuem essa amnésia parcial ao um bloqueio emocional.

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“Nós estávamos vindo embora, eu estava vindo com a minha família. Chegando em uma curva, eu acredito que era um caminhão que estava vindo na curva e o rapaz estava ultrapassando, e eu não vi nada. Eu só me lembro três dias depois, na casa do meu primo, acordando; eu não lembro do velório, nem do enterro. O médico psiquiatra acha que pode ter ocorrido um bloqueio emocional”, falou.

Casado há 15 anos, Oldiney contou que conheceu Drielle em Sidrolândia. Naquele 6 de abril, a família havia viajado para Sidrolândia para visitar a avó de Drielle e contar aos parentes que conseguiram um financiamento para comprar uma casa.

“Eu estava na melhor época da minha vida, tinha acabado de conseguir um financiamento para comprar uma casa, nós tínhamos ido lá contar para minha sogra que assinamos um contrato de compra e venda da casa. Tudo isso foi tirado da gente, por um ato maldoso, doloso. Eu estou perdido, eu não sei o que fazer”, contou.

Até hoje, ele disse que pensa que a esposa está viajando. “Eu relutei muito antes de perguntar para ele (filho sobrevivente) porque, até então, eu ainda acho que minha esposa está viajando, porque eu não me recordo”, relatou.

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Ao responder aos questionamentos do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na audiência, Oldiney disse que tem procurado forças no filho de 12 anos para se recuperar do trauma. “Eu conversei com o meu filho, aos poucos, que está me dando mais suporte. Evita chorar, me abraça e fala que ‘é nós dois’.  Falou que ele e a irmã estavam cada um de um lado e, quando o carro bateu e capotou, começou a gritar, pelo amor de Deus, socorram meu pai’.

Ele revelou também que, após o acidente na BR-060, o velocímetro de seu carro parou a 90km/h. “O velocímetro parou a 90km/h, eu nunca passei de 100km/h, porque eu andava com os meus filhos”, garantiu.