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Sidrolandia

Após 9 anos de funcionamento, Via Blumenau encerra atividades com dívida trabalhista

Também foi fechada a matriz em Santa Catarina.

Flávio Paes/Região News

12 de Dezembro de 2016 - 15:13

Agora é oficial: após quase três meses de lenda e gradativa agonia, a Via Blumenau, após nove anos de funcionamento encerra suas atividades em Sidrolândia e vai colocar à venda a estrutura de máquinas da fábrica para pagar o passivo trabalhista, ou pelo menos parte deles. Além dos meses de outubro e novembro, há verbas indenizatórias de rescisões para serem pagas, férias, 13° e os encargos trabalhistas não recolhidos. Também foi fechada a matriz em Santa Catarina.

A empresa que no seu auge chegou a produzir 3 mil peças de moda praia por dia, com mais de 200 funcionários, há pelo menos dois meses parou a produção e os 28 trabalhadores remanescentes ficavam de braços cruzados enquanto cumpriam expediente. Gradativamente os funcionários foram dispensados até que só restaram 8, que na última sexta-feira perderam o emprego. Continuam vinculados com a empresa, o pessoal que a lei assegura estabilidade no emprego (um sindicalista e uma gestante), além daqueles que estiveram de licença médica.

Não é de agora que a indústria vem enfrentando dificuldades. No último mês de março a Secretaria de Fazenda suspendeu alguns dias à inscrição estadual da empresa de contribuinte de ICMS, por atraso no pagamento do imposto renegociado. Recuperou a inscrição porque seu recurso foi acolhido já que, conforme a legislação, a medida só poderia ser adotada após seis meses de inadimplência. Sem isenção do ICMS desde 2014, a unidade perdeu competitividade, com o pagamento de 17% de imposto para trazer a matéria-prima e recolhendo outros 17% sobre o produto acabado levado para os centros consumidores.

Em junho de 2013 o presidente da Via Blumenau chegou a anunciar ao prefeito Ari Basso, à intenção de desativar a unidade por conta de um passivo trabalhista de R$ 700 mil.

A Justiça do Trabalho deu ganho de causa numa ação em que o Sindicato da categoria, cobrava que o intervalo de refeição do pessoal que entrava às 13h30 horas e saia as 22h00, fosse ampliado de 30 para 60 minutos e o recebimento retroativo como hora-extra desta meia hora. O turno foi extinto e aproximadamente 100 funcionários foram demitidos. Foi feito um acordo que reduziu a indenização pela metade para ser paga em 24 parcelas.