Sidrolandia
Chuva inunda ruas e residências em Campo Grande
Campo Grande News
28 de Fevereiro de 2011 - 08:20
É uma tristeza. Não é fácil você ver e não poder fazer nada, resume a dona de casa Márcia de Assis da Costa, 50 anos, sobre o que sente sempre que a casa é tomada pela água das chuvas. Esse sábado foi a terceira vez neste ano que a residência dela foi alagada e virou um rio, assim como outros imóveis e ruas do Jardim Santa Emília, em Campo Grande.
O bairro fica nos fundos do Aeroporto Internacional de Campo Grande, e, segundo os moradores, sempre que chove forte toda a água que sai do terreno vizinho vai para o Santa Emília. A soma da água pluvial do bairro mais do aeroporto resulta nos alagamentos.
A situação na residência de Márcia, que é cadeirante desde 2009 devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e do marido dela, o catador de material reciclável Rubens Miranda da Costa, 60 anos, é a mais crítica. Eles moram na rua Conde de Boa Vista.
O imóvel simples de cinco cômodos onde mora somente o casal fica totalmente tomado pela água. Ontem nós sentamos e ficamos vendo a água entrar na nossa casa. Foi muito rápido, conta Rubens. Dessa vez, a geladeira queimou, pois a água ficou na altura da canela de um adulto. Até água da fossa entra, revela Márcia.
A precipitação de ontem inundou toda a residência, que fica em desnível com o asfalto, feito há cerca de um ano, conforme os moradores. O quintal também virou um rio.
Para limpar a casa foi preciso ajuda do Corpo de Bombeiros, que retirou a água com o equipamento chamado moto-bomba. É um motor com mangueira que leva a água para outro local. Neste caso específico, foi para a via pública.
O quintal do terreno do imóvel do gari Fabiano Soares Franco, 30 anos, também ficou parecendo um rio. Graças a Deus a minha casa é um pouco mais alta, mas o quintal fica todo alagado, conta Fabiano, que toda vez que chove forte tem que jogar inseticida na residência por causa dos insetos que aparecem. É muito mosquito. Tenho muito medo, principalmente porque tenho uma criança, diz.
Os insetos são mais um dos problemas causado pelas inundações. Na do casal Rubens e Márcia, havia muitos mosquitos. Até animais peçonhentos aparecem, declara Márcia.
Nas ruas- Morador da rua Capitão Airton Rebouças, que é linha de ônibus, o segurança José Mauro Ramos, 35 anos, disse que a chuva de ontem alagou a via e impediu a circulação de veículos. Por volta das 20 horas o ônibus não passou porque era muita água.
Conforme ele, depois que o volume diminui, as poças dágua ficam cerca de cinco dias no asfalto. Crianças brincam no local e com isso podem pegar doenças e até serem picadas pelo mosquito transmissor da dengue, que se reproduz na água parada.