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Sidrolandia

Criador do movimento Semana da Dependência participa de “Noite de Campo” em Sidrolândia

Na sua palestra, que teve na platéia o prefeito Ari Basso, deixou claro que o objetivo é fazer um movimento pacífico e não prejudicar a população.

Flávio Paes/Região News

30 de Julho de 2013 - 22:30

O advogado e produtor rural de Amambai, Glauco  Mascarenhas, esteve na noite de terça-feira participando de uma “Noite de Campo“ em Sidrolândia promovida pela Agropecuária Boa Vista. Ele está se tornando uma celebridade nacional do setor do agronegócio, por estar comandando uma mobilização nacional para que durante um mês (entre 20 de agosto e 20 de setembro) o setor do agronegócio do País suspenda os abates de gado e a comercialização agrícola para chamar atenção do Governo e da sociedade sobre a importância do setor.

A Semana da Dependência, como o movimento lançado por Glauco no início do mês foi  batizado, vem ganhando força tendo em Mato Grosso do Sul como principal bandeira o fim das incertezas provocadas, principalmente, pelos processos de demarcações de terras indígenas e as ameaças de invasões de áreas produtivas em todo Estado.

Na sua palestra, que teve na platéia o prefeito Ari Basso, lideranças rurais do município, o ex-deputado Ricardo Bacha que está com propriedades ocupadas por índios terena, deixou claro que o objetivo é fazer um movimento pacífico e não prejudicar a população. “Queremos abrir ‘os olhos’ da presidente Dilma e mostrar a realidade da situação da classe produtora brasileira. Chegamos ao limite. A situação enfrentada em Mato Grosso do Sul é apenas retrato do que pode acontecer também nos principais estados produtores”, alerta.

Glauco Mascarenhas informa que produtores de estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, que também passam por situações semelhantes de demarcações, já aderiram ao movimento Semana da Dependência. O produtor rural lembra que dados oficiais da Fundação Nacional do Índio (Funai) revelam que 25% do território brasileiro deverá ser identificado e demarcado como terras tradicionais indígenas.

“Cerca de 13% já está em processo de demarcação em vários estados, provocando incertezas à classe produtora, que nada mais quer do que uma solução do governo federal”, enfatiza. Mascarenhas explicou que o movimento deverá se expandir a toda classe produtiva de todos os estados brasileiros para que os produtores, de gado de corte, suinocultura, avicultura e de grãos em geral possam aderir à paralisação.

Eles acreditam que, no caso da carne, em uma semana o estoque nacional vai à zero, se o abate cessar. “Em nossas reuniões, o movimento vem ganhando amplos apoios, nossa produção é a nossa arma”, diz. No texto elaborado pelos agropecuaristas e postado no facebook (Clique Aqui), revela que o movimento vai elaborar uma pauta de exigências ao governo federal que incorpore todos os pleitos do agronegócio nacional, inclusive solução definitiva para a demarcação de terras.

A lista incluirá propostas, desde as políticas necessárias ao desenvolvimento sustentável da região amazônica, agreste nordestino, cerrado, região sul, nos moldes desenvolvimentistas do setor produtivo brasileiro. Nenhuma demanda da cadeia produtiva, desde o campo até a indústria, será negligenciada.

“Promoveremos uma revolução lícita e progressista em benefício do País”, diz o texto. A mobilização vai cobrar também redução dos juros nos financiamentos para investimento; fim do caos logístico para escoar e exportar a produção do campo.