Sidrolandia
Da fazenda para Capital, 1º médico oficial de MS vê evolução da profissão
Hoje, no dia do profissional, ele destaca as evoluções que acompanhou e se orgulha de inspirar dois filhos e dois netos a seguir o mesmo destino de salvar vidas.
Campo Grande News
18 de Outubro de 2013 - 07:10
Primeiro médico oficial de Mato Grosso do Sul, Syrzil Wilson Maksoud, 89 anos, saiu há 78 anos da fazenda para começar a pavimentar o sonho de seguir a carreira. Hoje, no dia do profissional, ele destaca as evoluções que acompanhou e se orgulha de inspirar dois filhos e dois netos a seguir o mesmo destino de salvar vidas.
A trajetória começou em 1935, quando sua família decidiu trocar a fazenda em Aquidauana por uma residência em Campo Grande para Syrzil, na época com 11 anos, e seu irmão poderem cursar o ginásio. Anos depois, ele se formou na Faculdade Nacional do Rio de Janeiro da Praia Vermelha, com especialização em radiologia.
Em 1977, na época da divisão de Mato Grosso, o Conselho Federal de Medicina determinou a criação do Conselho Regional de Mato Grosso do Sul. Fui empossado o primeiro presidente do CRM e ganhei o primeiro registro profissional do Estado, destacou Syrzil.
Com 62 anos de profissão, ele assistiu avanços tecnológicos e descobertas na área. A medicina passou por grande progresso. Antes, por exemplo, não se fazia cirurgia cardíaca e todos desconheciam doenças, como de Parkinson e Alzheimer, citou.
Apaixonado pela profissão, Syrzil despertou o desejo de dois dos cinco filhos de seguir os mesmos passos. É o caso dos médicos, também radiologistas, Sérgio Augusto Maksoude e Wilson Luiz Maksoud. Atualmente, dois netos fazem residência para dar continuidade ao legado.
Medicina é uma vocação, desde criança admirava os médicos e falava para meu pai que um dia seria um, contou Syrzil que, além de primeiro presidente do CRM-MS, acompanhou a organização da saúde em Campo Grande, como cofundador da Associação Médica, da Associação dos Médicos Radiologistas e da Unimed e, mais tarde, abriu a Di Imagem.
Presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), o médico anestesista Geraldo Ferreira Filho também destaca os avanços da medicina e frisa a necessidade da vocação para construir uma carreira sólida. A medicina se tornou extremamente científica, um curso que exige 7,5 mil horas de estudo e dedicação, as outras áreas raramente passam de 2 mil horas de estudo, comentou.
Por isso, no entendimento do profissional, para se tornar médico é necessária muita dedicação e ter no mínimo vocação. Um médico tem que estudar para o resto da vida, porque a profissão exige atualização de cinco em cinco anos, acrescentou.
Em defesa da categoria, Geraldo comentou que pesquisa constatou que medicina está cada vez mais tecnológica e voltada à ciência, por isso, a profissão sofre com críticas, como, por exemplo, a falta de calor humano. Mesmo assim a profissão é respeitada e admirada, finalizou.