Sidrolandia
Ministro do STF diz que descriminalizar drogas reduziria crise penitenciária
Gilmar Mendes criticou medidas adotadas pelo governo
Midiamax
07 de Janeiro de 2017 - 11:00
Logo após o anuncio oficial feito pelo governo Federal, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes sisse que a solução para a crise carcerária do Brasil não será a construção de novos presídios, contrariando as medidas anunciadas por Michel Temer.
Um dos motivos para a ineficácia da medida seria a demora para que as unidades penitenciárias ficassem prontas. "Presídio para ser construído vai evar três, quatro anos, com todos os incidentes que ocorrem, licitações e tudo o mais", disse Mendes.
Para o ministro, a descriminalização do uso de drogas seria uma das medidas eficazes para a redução da superlotação nos presídios brasileiros. Atualmente, 28% dos detentos de todo o Brasil estão enquadrados na Lei de Drogas.
"Uma boa parte desse recrudescimento das prisões está associado ao tráfico de drogas. E aí vem aquela situação do usuário que também trafica para supriro vício. E a Justiça não consegue distingulo", diz Mendes.
O ministro explica que o aparato judicial brasileiro não tem treinamento para distinguir os traficantes dos "aviões", que transportam as drogas para suprir seus próprios vícios.
Entretanto, Mendes afirma que o governo precisaria se preparar para adotar uma medida desse porte, criando clínicas para o tratamento dos usuários, por exemplo. "Precisaria dotar o SUS de alguma competência para isso. É um desafio".
O ministro foi relator em um julgamento do STF sobre a descriminalização da maconha em 2015, e na ocasião defendeu a descriminalização de todas as drogas.
Gilmar ainda disse que outra estratégia mais eficaz que a construção dos presídios seria a realização imediata de multirões judiciais para julgar os detentos em regime provisório, que representam 32% da população carcerária do Brasil.