Sidrolandia
Penas para pequenos crimes se transformam em projetos sociais
O juiz faz questão de destacar que essa ação não se destina apenas para as instituições receberem dinheiro, mas também contribuir para a ressocialização.
Correio do Estado
05 de Dezembro de 2015 - 09:39
Eu costumo dizer que você transforma pequenos crimes em grandes projetos sociais, diz o juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execuções Criminais, sobre as penas alternativas, dentre elas as pecuniárias e a prestação de serviços comunitários. A aplicação dos recursos advindos das penas pecuniárias (estabelecidas de 1 a 360 salários minímos para crimes cuja condenação não passe de quatro anos e não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça) somará neste ano R$ 593,8 mil, atendendo 11 instituições de Campo Grande (veja gráfico nesta página) desde a compra de materiais diversos, equipamentos para hospital à construção e ampliações de salas. A fórmula adotada em 2009 - centralizando a destinação do dinheiro na Central de Execução de Penas Alternativas (Cepa) - registra a aplicação até agora de exatos R$ 3 milhões, 829 mil, 690 reais e 28 centavos, contabilizando um total de 11.891 beneficiados. Não é um recurso público, mas é um recurso que vem do crime e é preciso que haja eficiência do que vem sendo feito, afirma o magistrado, que foi o pioneiro nessa iniciativa ao explicar o rigoroso sistema não só para a liberação da verba como na prestação de contas. O juiz faz questão de destacar que essa ação não se destina apenas para as instituições receberem dinheiro, mas também contribuir para a ressocialização do apenado. A pena pecuária e a prestação de serviços andam juntas, segundo ele.
De acordo com o magistrado, a lei é muito adequada nessa questão. Mas ressalta: se não for executada com eficiência, não conseguirá trazer os benefícios pretendidos que é de não colocar na prisão quem não precisa estar na prisão, mas, por outro lado, mostrar que com esse tipo de pena é possível fazer muita coisa.Segundo ele, há várias entidades onde esses condenados prestam relevantes serviços, barateando inclusive os custos dessas instituições. Porque quando o condenado a prestar serviço comunitário passa a trabalhar no dia a dia nessas entidades, passa a ter uma reflexão diferente sobre o crime que cometeu. Muitos, não é incomum, começam a prestar serviços comunitários obrigados pela Justiça e depois de terminado o período que a Justiça determina de prestar serviços comunitários, continuam trabalhando voluntariamente.