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Sidrolandia

PT regional esquece compromisso com assentados e lideranças regionais ignoram audiência pública

Para frustração das 170 pessoas que deixaram suas casas e lotes numa sexta-feira à noite atendendo ao chamamento de Vadinho, nenhum dos convidados ilustres

Flávio Paes/Região News

21 de Setembro de 2013 - 10:54

As principais “estrelas” políticas do PT simplesmente ignoraram a audiência pública realizada ontem à noite na Câmara Municipal de Sidrolândia, para debater a questão indígena no município e as dificuldades dos agricultores familiares. A audiência foi uma  iniciativa do vereador e assentado Edivaldo dos Santos.

Para frustração das 170 pessoas que deixaram suas casas e lotes numa sexta-feira à noite atendendo ao chamamento de Vadinho, nenhum dos convidados ilustres (senador Delcidio do Amaral, deputados Antonio Carlos Biffii, Vander Loubet, Cabo Almi e Laerte Tetila), veio prestigiar o evento.

Delcidio e Biffi estavam em Corumbá participando das comemorações dos 235 anos da Cidade Branca. Também não vieram o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Grandão e o superintendente regional do Incra, Celso Cestari, além do representante do Banco do Brasil .

Quem retratou com precisão este cenário do pouco interesse que as questões de Sidrolândia despertam de um modo geral nas lideranças políticas regionais fora do período eleitoral, foi o vereador David Olindo. “Precisamos nos unir. Sidrolandense precisa gostar mais de sidrolandense. É uma vergonha que Dois Irmãos do Buriti com 3.500 eleitores tenha um deputado estadual e nossa cidade com 30 mil, não eleja ninguém”, conclamou. David considera um absurdo que as autoridades não deem atenção para um município que concentre 1% dos assentados do País.

Entre os palestrantes um dos mais críticos foi o Engenheiro Agrônomo da Agraer, Ivan de Oliveira, que defendeu uma ampla mobilização para cobrar do  Incra e de um  modo geral do Governo Federal mais investimentos nos assentamentos. Em relação ao  Incra, Ivan  atacou o formato atual do escritório que o órgão montou na cidade, a um custo mensal de R$ 9 mil.

“Não tem autonomia e com isto transformou num mero protocolo para o recebimento de documentos e correspondências. Mantido do jeito que está é melhor fechar, o município vai economizar, recorrendo aos Correios para enviar a documentação. Fica bem mais barato com certeza”.

Ivan relatou o estágio de abandono de alguns assentados, onde as famílias receberam seus lotes entre 8 e 10 anos e ainda não há água encanada (Capão 3).; alguns travessões enfrentam a mesma situação (Capão Bonito 1 e 2 )  moradia ou energia elétrica (no Eldorado).

O vereador Vadinho avaliou como positiva a audiência e pretende encaminhar as conclusões para cobrar providências do Estado. “Temos que abrir espaço para discutir os problemas do assentado”, comenta.