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Sidrolandia

Quadrilha liderada por Artuzi terá R$ 34 milhões em bens bloqueados

Conjuntura Online

29 de Dezembro de 2010 - 11:59

Atendendo pedido do MPE (Ministério Público Estadual), o juiz Carlos Alberto Rezende Gonçalves mandou bloquear R$ 34 milhões em bens do ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi (sem partido), e de outras 45 pessoas que faziam parte de uma quadrilha que sobrevivia à custa de propina do dinheiro público. 

A ação por improbidade administrativa movida pelo MPE como consequência da Operação Uragano, da Polícia Federal, foi realizada em setembro, quando várias pessoas foram presas, entre as quais, 9 dos 12 vereadores da cidade, secretários municipais e empresários. 

A decisão do magistrado foi proferida no dia 16 de dezembro em caráter liminar, em atendimento ao Ministério Público que tenta recuperar o dinheiro que a quadrilha comandada pelo ex-prefeito desviava do setor de saúde pública, principalmente. 

Expulso do PDT pelo mesmo motivo, Artuzi renunciou ao cargo, no dia primeiro de dezembro, após três meses preso. Fora da prefeitura, perdeu o foro privilegiado e agora é réu comum, o que facilitou o andamento das ações contra ele na Justiça estadual. 

Esse processo por improbidade administrativa, por exemplo, corria em segredo de justiça e, na mesma decisão que mandou bloquear os bens dos envolvidos, foi aberto. O juiz afirma que, com a publicação dessa decisão, não fazia mais sentido o sigilo para o processo. 

Além do ex-prefeito, tiveram bens bloqueados empresários, vereadores afastados por envolvimento nas irregularidades, ex-secretários e assessores da prefeitura e diretores do Hospital Evangélico. O magistrado determina que seja feito o bloqueio 

O Hospital, aliás, responde pela maior parte dos bloqueios determinados, R$ 17 milhões, que teriam sido repassados de forma irregular, como parte de acordos fraudulentos que garantiam “retorno” financeiro a Ari Artuzi e aos “sócios” nas negociatas. 

ARMAÇÃO

Depois de 90 dias na prisão e de renunciar à prefeitura de Dourados, Artuzi quebrou o silêncio e, em entrevista ao programa Bom Dia MS, da TV Morena, se defendeu das denúncias feitas na Operação Uragano.

“É uma armação com várias pessoas”. Porém não cita nomes de quem agiu para incriminá-lo. “Eu não suspeito de ninguém. Mas tem que descobrir a mando de quem o [Eleandro] Passaia fez isso”, declarou na entrevista.

O ex-prefeito questiona a gravação em que recebe R$ 10 mil. No vídeo, ele aparece na varanda de sua casa, contando o dinheiro. “A grande verdade é que não é [propina]. Foi um terreno que vendi por R$ 20 mil e recebi R$ 10 mil, foi passado escritura”, afirma.

Artuzi ainda defende a sua esposa Maria Artuzi, que também ficou mais de três meses na prisão. Ele explica que a gravação em que a ex-primeira-dama aparece recebendo dinheiro trata-se, na verdade, do pagamento da segunda parcela pela venda do terreno, também no valor de R$ 10 mil.

“Por isso que a minha esposa fala que precisa de mais [dinheiro]”. Conforme Artuzi, ela recebeu a metade do valor, enquanto esperava receber os R$ 20 mil. Com informações do Portal Campo Grande News.