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Sidrolandia

Superintendente diz que INCRA não vai repetir erros da Eldorado

Mais de mil famílias ainda não obtiveram o DAP, documento fundamental para terem acesso ao financiamento da agricultura familiar.

Flávio Paes/Região News

18 de Julho de 2013 - 10:20

O superintendente do INCRA, Celso Cestari, garante que o órgão não vai incorrer na Fazenda Nazaré no mesmo erro cometido no Eldorado, onde as famílias saíram da beira da estrada para dentro da propriedade, sem que sequer, os lotes tivessem sido divididos.  Há dúvidas sobre a efetivação deste compromisso diante do  histórico recente de morosidade na  liberação de recursos para fomento e infraestrutura dos assentamentos. Há mais de três anos pelo menos R$ 12 milhões destinados a infraestrutura dos assentamentos estão contingenciados, enquanto as famílias aguardam os recursos para ampliar ou concluir o acabamento das casas,

Até agora as famílias do Assentamento Eldorado, que receberam seus lotes em 2006, portanto, há sete anos, ainda esperam pelo restante do material para construção das suas casas. De 2.665 casas lançadas, 1.726 ainda não estão prontas. Mais de mil famílias ainda não obtiveram o DAP (Declaração de Aptidão do Produtor), documento fundamental para terem acesso ao financiamento da agricultura familiar. De 3.277 famílias 1.300 desistiram ou venderam seus lotes, restando 1.977.

Celso Cestari garante que haverá maior rigor no processo de seleção para evitar que pessoas sem perfil da produção agrícola, com problemas de saúde sério sejam contemplados em prejuízo de quem tenha mais aptidão. Cestari assegura que no caso da Fazenda Nazaré, ninguém tomará posse da sua parcela, sem pelo menos ter o crédito do fomento disponível.

Teoricamente, disputa os 177 lotes em que serão divididos a Fazenda Nazaré, serão disputados por 2,5 mil famílias acampadas na região (abrangendo Nova Alvorada do Sul, Campo Grande e Sidrolândia). Em frente da propriedade a 150 acampados, dividido em diferentes núcleos conforme o movimento social a que estão vinculados (MST, Fetagri, CUT).

Celso Cestari explica que a escolha das famílias será feita conforme as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que não leva em conta se os sem-terra estão acampados ou não nas áreas. “Nosso maior medo é que ocorra um confronto naquela área. Precisamos de força policial para que não aconteça o pior”, desabafa Cestari.