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Sidrolandia

Trabalhadores de frigoríficos defendem fim das horas extras para reduzir acidente

De acordo o Ministério da Previdência Social, entre 2010 e 2012 foram registrados 61.966 acidentes no setor, com 111 mortes no mesmo período.

Campo Grande News

11 de Fevereiro de 2014 - 14:47

Para evitar acidentes nos frigoríficos de Mato Grosso do Sul, trabalhadores cogitam propor em acordo coletivo o fim das horas extras. De acordo o Ministério da Previdência Social, entre 2010 e 2012 foram registrados 61.966 acidentes no setor, com 111 mortes no mesmo período.

“Os números são assustadores, pois as empresas incentivam os funcionários a trabalhar além da carga horária quando já estão esgotados e é nesse período que ocorrem os casos mais graves”, disse Rinaldo Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campo Grande e diretor na CNTA Afins (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins).

Ele, inclusive, garantiu que os números não correspondem à realidade. “Nem tudo é comunicado e cadastrado. A não ser em casos graves”, comentou o sindicalista. Diante da gravidade da situação, o assunto foi debatido ontem (10), em audiência pública, no Senado Federal. O encontro foi na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.

Na ocasião, a CNTA Afins, que representa cerca de 400 mil trabalhadores do setor nas atividades de abate e fabricação de produtos de carne no Brasil, lançou no Senado a Cartilha dos Trabalhadores do Setor Frigorífico e também pesquisa do Dieese sobre o Perfil dos Trabalhadores em Frigoríficos do Brasil.

Entre as principais mudanças, eles propõem a melhoria das condições de saúde e segurança nas indústrias, adaptações estruturais, rodízios de trabalho, concessões de pausas térmicas e ergonômicas e a adoção obrigatória de Equipamentos de Proteção Individual.

O setor frigorífico, que possui alta rotatividade de emprego e baixa escolaridade de trabalhadores, segundo pesquisa do Dieese, é responsável por alto número de acidentes e doenças ocupacionais no país, ocasionados, principalmente, por extensas jornadas de trabalho, movimentos repetitivos e exposição à umidade e variações bruscas de temperatura.