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Economia

Cesta básica familiar custa mais que o salário mínimo, segundo Dieese

Para uma pessoa o custo da cesta fica em R$ 239,28 - apenas para adquirir os itens alimentícios essenciais.

Midiamax

07 de Janeiro de 2013 - 13:21

A cesta básica familiar – para quatro pessoas – em Campo Grande custa R$ 106,82 a mais que o salário mínimo atual de R$ 622. O cálculo foi feito com base na primeira pesquisa de preços realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em Campo Grande.

Segundo o departamento, o valor é o 5º menor entre as 18 capitais pesquisadas. A partir desse ano a população campo-grandense poderá acompanhar mensalmente a evolução de preços da cesta básica por meio da internet.

Cotada em R$ 728,82, a cesta contempla 13 itens básicos sendo: carne bovina, leite, feijão, arroz, farinha de trigo, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana nanica, açúcar, óleo de soja e manteiga.

Para uma pessoa o custo da cesta fica em R$ 239,28 - apenas para adquirir os itens alimentícios essenciais. A pesquisa aponta que cada trabalhador precisou trabalhar 84h38min em novembro, contra 85h56min em dezembro, para se alimentar.

De acordo com o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, é comum o preço de a cesta ser elevado e isso se repete nas 18 localidades onde é realizada a pesquisa.

“É comum sim e isso demonstra o baixo valor do salário mínimo, ainda que ele tenha melhorado nos últimos anos. O importante é que a pesquisa se torna uma ferramenta para o trabalhador que pode acompanhar a evolução da cesta básica e ter a referência dos preços médios praticados na cidade”, explicou Silvestre.

Segundo ele, a estimativa do Dieese é de que o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 2.561,47, levando em consideração o que estabelece a Constituição Federal.

Conforme o Decreto-Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, “o salário mínimo deve suprir as necessidades básicas do trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”, o que não acontece na prática.

Silvestre salientou ainda que nenhuma região da cidade ficou fora da pesquisa. “Todas as regiões foram contempladas e tiveram as informações coletadas em supermercados, padarias, açougues, feira e outros. A partir de agora, até o dia 10 de cada mês, o trabalhador vai poder acessar a tabela de preços por meio do nosso site e consultar os valores dos produtos para toda a cidade”, destacou.

O site do Dieese pode ser acessado por meio do endereço http://www.dieese.org.br/. O escritório do departamento está instalado na Capital desde maio de 2012 e começou a funcionar em setembro. As pesquisas foram realizadas nos meses de novembro e dezembro.

Variações de preço

As pesquisas realizadas pelo Dieese apontam que em dezembro o aumento da cesta básica provocou uma discreta redução no poder de compra do trabalhador. O campo-grandense comprometeu 42,45% de seu rendimento líquido avaliado em R$ 572,24 – considerando o desconto previdenciário de 8%.

O posto de vilão da cesta básica ficou com o tomate, o qual ficou mais caro 40,16%, seguido da batata (3,50%), feijão (3,25%), óleo (1,95%), café (1,45%) e leite 1,35%.

Já as reduções de preços foram registradas no açúcar (-17,46%), banana (-4,81%), carne (-4,29%), farinha de trigo (3,91%), manteiga (-3,21%, pão francês (-2,11%) e arroz (-1,99%).

Segundo a tabela, o preço médio dos produtos, em dezembro, foi de:

carne - R$ 13,58 kg.

leite - R$ 2,31 litro.

feijão - R$ 4,10 kg.

arroz - R$ 2,46 kg.

farinha de trigo - R$ 1,80 kg.

batata - R$ 2,07 kg.

tomate - R$ 3,49 kg.

pão francês - R$ 6,04 kg.

café em pó - R$ 6,84 - 600g.

banana nanica - R$ 1,40 kg.

açúcar - R$ 1,56 kg.

óleo de soja - R$ 3,48.

manteiga R$ 5,22.