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Economia

Clima prejudica e preços dos hortifrutis disparam até 44% em Campo Grande

O maior reajuste ocorreu no tomate, que inflacionou 44% entre dezembro de 2012 e este mês, passando de, em média, R$ 3,46 para R$ 4,98 o quilo

Midiamax

30 de Janeiro de 2013 - 09:33

Os consumidores de Campo Grande estão pagando mais caro para ter uma alimentação balanceada e saudável. O problema é que o clima não está ajudando, e os preços dos hortifrutis começaram o ano em alta de até 44% na cidade.

Na Capital, cerca de 90% dos hortifrutis são importados de outros estados, em especial de São Paulo e do Paraná. “Houve problemas nessas duas regiões, com muita chuva e muito sol, o que prejudica a produção. Por isso, estamos tendo que importar do Espírito Santo, o que encarece o produto, devido ao frete”, explicou Celso Correa de Souza, coordenador do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Universidade Anhanguera-Uniderp.

O maior reajuste ocorreu no tomate, que inflacionou 44% entre dezembro de 2012 e este mês, passando de, em média, R$ 3,46 para R$ 4,98 o quilo. Os dados são do IPC-CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), calculado pelo Nepes.

“Além de o produto estar mais caro, a qualidade é bem pior, também devido ao clima”, esclareceu Souza. O chuchu também teve reajuste expressivo, passando de R$ 2,96 o quilo em dezembro para R$ 4,17 em janeiro, um aumento de 41,2%. Outros hortifrutis que encareceram foram a batata (30,5%), cenoura (26,7%), cebola (26,2%), pepino (22,6%) e alface crespa (9,1%).

Dos dez hortifrutis pesquisados pelo IPC-CG, apenas o pimentão comum e o alface americana registraram preços menores em janeiro. O primeiro passou de R$ 6,52 para R$ 5,34, uma queda de 18%; e o preço do segundo caiu de R$ 3,24 para R$ 2,48, deflação de 23,5%.

Outros alimentos

A carne suína também começou 2013 com preços maiores. A bisteca passou de R$ 8,68 o quilo em dezembro para R$ 9,24 neste mês, uma alta de 6,5%; o pernil passou de R$ 9,88 para R$ 10,33 (4,6% de reajuste), e a costeleta aumentou de R$ 7,99 para R$ 8,26, alta de 3,3%.

No caso do frango, houve cortes com altas e outros com baixas nos preços. Dos sete cortes pesquisados pelo IPC-CG, dois (asa e coxa) estão com preços mais caros e o restante – frango abatido, sobre coxa, coxinha da asa, peito sem osso e peito – está mais barato.

Já as carnes bovinas abriram o ano em baixa, com preços até 9,4% menores, caso do cupim. Das nove peças pesquisadas pelo IPC-CG, seis estão com preços melhores. Porém, a deflação é considerada normal, após as altas de fim de ano, época de preços em que as chamadas carnes vermelhas registram os maiores preços do ano.

Nutricionista dá dicas para comer bem e economizar

O equilíbrio e a variação são as fórmulas para o consumidor economizar, e de quebra, ter uma alimentação saudável. Pelo menos essa é a posição da nutricionista Orle Gonçalves, que dá algumas dicas para a população de Campo Grande.

"Hoje, os preços dos peixes e do frango, por exemplo, estão muito próximos, não há muito como fugir, por isso o ideal é a variação, buscando o equilíbrio alimentar e, claro, o financeiro também", frisou Orle. A mesma dica vale para o consumo de hortufruti.

Segundo ela, a primeira dica é diminuir a carne bovina, não comendo mais de duas porções semanais. "Por porções, entende-se o seguinte: abra sua mão, é um bife to tamanho da palma apenas", explicou a nutricionista.

Já a carne de frango é recomendável de duas a três vezes por semana, e o peixe deve ser comido pelo menos uma vez a cada sete dias. "Uma opção barata é o ovo, mas não se pode comer mais que duas unidades por semana, devido ao colesterol", frisou a especialista.

No caso de verduras e legumes, o ideal é o consumo de quatro a cinco porções diárias. "Nesse caso, os preços variam muito, por isso o que vale é a pesquisa e a diversificação, quanto mais colorida a porção, melhor para o organismo", indicou Orle.