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Economia

Desembolso do BNDES cresce 12% em 2012 e atinge R$ 156 bilhões

A indústria recebeu R$ 47,686 bilhões, alta de 9% sobre o ano anterior. O setor recebeu 31% dos recursos do banco.

Estadão

22 de Janeiro de 2013 - 15:33

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 156 bilhões em empréstimos em 2012, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 22. O resultado superou a estimativa de liberação entre R$ 145 bilhões e R$ 150 bilhões feita pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho, no início do ano passado. Em relação a 2011, os recursos liberados cresceram 12% em termos nominais.

Só foi possível atingir a estimativa porque o BNDES desembolsou R$ 34,2 bilhões em dezembro, valor recorde para o mês. No mês passado, o banco de fomento deu um salto no ritmo de liberação dos recursos, depois de quatro meses de desembolsos na faixa dos R$ 13 bilhões. A aceleração no ritmo de liberações estaria ligada ao Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), linha de financiamento voltada para viabilizar investimentos dos governos estaduais.

Em ano em que a economia teve baixo crescimento, com avanço do Produto Interno Bruto (PIB) estimado em torno de 1%, o BNDES aprovou R$ 260,1 bilhões em novos projetos. As consultas, primeiro passo das empresas interessadas em buscar financiamento junto ao banco e uma espécie de prévia da disposição do empresariado em investir, somaram R$ 312,3 bilhões no ano passado.

Setores

Os setores de indústria e infraestrutura receberam a maior fatia do total de recursos desembolsados pelo BNDES em 2012. Juntos, ficaram com R$ 100 bilhões, 65% do total liberado no ano passado.

A indústria recebeu R$ 47,686 bilhões, alta de 9% sobre o ano anterior. O setor recebeu 31% dos recursos do banco. Já as liberações para a infraestrutura tiveram uma queda de 6%, somando R$ 52,898 bilhões. A infraestrutura recebeu 34% do total.

Outros R$ 44 bilhões foram liberados para comércio e serviços, valor 51% superior ao do ano anterior. Na agropecuária, foram liberados R$ 11,362 bilhões, alta de 16% sobre 2011.

Expectativa para 2013

Diante do crescimento de 60% nas consultas (R$ 312,3 bilhões) e aprovações (R$ 260,1 bilhões) em 2012, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que 2013 será um ano "desafiador".

Coutinho preferiu não fazer uma projeção para os desembolsos neste ano e afirmou que a participação do BNDES depende em parte da agenda de debêntures e do compartilhamento de operações com o mercado.

"As perspectivas do investimento mapeadas pelo banco e as que vêm do aumento de consultas apontam para uma recuperação do ritmo de investimento ao longo de 2013 e 2014", disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O setor de infraestrutura, segundo ele, será um fator de aceleração do crescimento com destaque para as concessões em logística. Os setores destacados pelo banco em termos de planos de investimento foram petróleo e gás, energia e setores da indústria como automotivo, bens duráveis e telecomunicações.

Aceleração dos investimentos

A economia já está no caminho de recuperar os investimentos, avaliou Coutinho. Segundo ele, concessões de infraestrutura para a iniciativa privada e em infraestrutura social, como saneamento, puxarão os investimentos, assim como a demanda doméstica.

"Um dos fatores puxadores do investimento será o programa de concessões e a infraestrutura social", disse Coutinho. Sobre a demanda doméstica, Coutinho afirmou que a acomodação da taxa de inadimplência, dentro do ciclo de crédito, permitirá que ela siga firme. O executivo citou as consultas para investimentos em telecomunicações e no setor automotivo como exemplos.

Sem contradição

Na "parte que lhe cabe", o BNDES "tem papel indutor importante" para o crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF), afirmou o presidente da instituição, Luciano Coutinho. O economista não vê contradição entre o volume de recursos liberados pelo banco em 2012 e as sucessivas quedas trimestrais nos investimentos.

"Não temos elementos para concluir que (o BNDES) não influi (na FBCF). Ao contrário", afirmou Coutinho, em entrevista coletiva nesta terça-feira na sede do banco, no Rio.

Coutinho destacou ainda que os financiamentos do banco de fomento impactam de 15% a 20% do total dos investimentos na economia. Investimentos como o da construção civil, sobretudo habitacional, ficam de fora do escopo do BNDES, destacou seu presidente.

Coutinho estimou que a FBCF crescerá de 5,5% a 6% em 2013, mas declarou que "queremos que seja mais".

PSI

O Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), que tem taxas de juros mais baixas, liberou R$ 44 bilhões em 2012, com 150 mil operações de financiamento realizadas no ano. Foi uma alta de 7% em 12 meses.

Entre as linhas de operações automáticas, o BNDES Finame teve desembolsos de R$ 43,580 bilhões no ano passado, um recuo de 17%. O BNDES Automático respondeu por desembolsos de R$ 16,422 bilhões, uma alta de 46% sobre o exercício anterior. Já as operações via Cartão BNDES somaram R$ 9,543 bilhões em 2012, crescendo 26%. Ao todo, as três linhas desembolsaram R$ 69,546 bi, leve queda de 2% frente a 2011.