Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 3 de Maio de 2024

Economia

Dólar fecha em R$ 2,04 por preocupação com economia mundial

A injeção de recursos na economia japonesa pode se traduzir em fluxos de moeda estrangeira para países emergentes como o Brasil, avaliam analistas.

Reuters

19 de Janeiro de 2013 - 08:00

O dólar subiu de leve ante o real nesta sexta-feira, dia de fraco apetite por risco no exterior, e aproximou-se do nível de R$ 2,05 que se tornou o teto de uma banda cambial informal em vigor desde o final do ano passado. A moeda americana fechou em alta de 0,17%, cotada a R$ 2,0434 na venda, após recuar 0,21% no dia anterior.

O movimento ficou em linha com o visto ante outras moedas de países emergentes, que também recuaram ante o dólar. Investidores estrangeiros ficaram mais reticentes sobre os rumos da economia mundial nesta sexta-feira, sobretudo depois que a Intel desapontou os mercados com uma estimativa fraca de lucros para os próximos trimestres.

A notícia da fabricante de chips jogou água fria nos dados de crescimento da economia chinesa, que vieram ligeiramente acima das expectativas dos investidores.

Apesar da alta do dólar nesta sessão, analistas continuam a apostar que a moeda americana ficará dentro da banda R$ 2 a R$ 2,05 que passou a vigorar desde o dia 26 de dezembro - patamar considerado favorável aos exportadores e que evita pressões inflacionárias adicionais.

As expectativas de que o câmbio continuará com pequenas oscilações dentro dessa faixa aumentaram após o Banco Central afirmar, ao fim de sua reunião de política monetária na quarta-feira, que a trajetória da inflação piorou no curto prazo, ao mesmo tempo em que a atividade econômica tem decepcionado.

"O comunicado emitido após a decisão do BC reconhece os crescentes desafios enfrentados pelas autoridades monetárias, o que na nossa visão indica que o BC manterá um controle forte no câmbio pelo menos durante a alta da inflação esperada durante o primeiro trimestre", afirmaram os analistas do JP Morgan em relatório.

Analistas não duvidam que o BC volte a intervir no mercado - possivelmente com a realização de leilões de swap cambial tradicional, que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro - se o dólar avançar acima de R$ 2,05.

Antes disso, no entanto, a autoridade monetária deve aguardar o efeito das decisões de política monetária a serem tomadas pelo Japão na semana que vem.

O banco central japonês vai considerar, durante sua reunião na segunda e terça-feira, o lançamento de um programa agressivo de recompra de títulos, fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters.

A injeção de recursos na economia japonesa pode se traduzir em fluxos de moeda estrangeira para países emergentes como o Brasil, avaliam analistas.