ECONOMIA
Em quatro anos, Sidrolândia não atrai novas indústrias e fecha 1.052 postos de trabalho
Neste quadriênio abrangido pelo levantamento, o setor industrial registrou 6.041 contratações e 7.093 demissões.
Flávio Paes/Região News
25 de Janeiro de 2015 - 23:58
A combinação da falta de novos investimentos e as dificuldades das duas indústrias do setor têxtil e vestuário, que tiveram de enxugar pessoal diante da queda de produção com a concorrência dos importados chineses, impactou diretamente a geração de empregos no setor industrial de Sidrolândia, segmento que absorve 40% da mão de obra com carteira assinada.
O balanço do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que nos últimos quatro anos, foram fechadas 1.052 vagas com carteira assinada, o que correspondeu a 62,61% dos 1.680 empregos formais desaparecidos neste período.
Neste quadriênio abrangido pelo levantamento, o setor industrial registrou 6.041 contratações e 7.093 demissões. O enxugamento de pessoal foi mais acentuado na Tip Top e Via Blumenal (do setor têxtil) que no acumulado de 2010 a 2014 fecharam 296 empregos, o que corresponde 28,13% dos cortes na área industrial.
Desde novembro a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (responsável pela atração de novos investimentos) está sem titular. Junto com o ex-secretário Di Cezar, foram exonerados seis dos 9 funcionários. A jovem Raylla Galhardo que trabalhava como secretária de Di Cezar, responde apenas formalmente pelo cargo, como interina. O funcionamento setor de licenciamento ambiental está sendo questionado pelo Ministério Público, por falta de estrutura técnico para emitir laudos dos empreendimentos de pouco impacto , como a abertura da via de acesso ao futuro frigorífico. O serviço foi interrompido por falta da licença para ser feita a travessia (com tubulação) sobre um córrego. ,
O fechamento de empregos na indústria sidrolandense, que assistiu a falência da Usina Santa Olinda em 2013, contrasta com a abertura de oportunidades de trabalho em municípios vizinhos. São cidades que receberam grandes empreendimentos, especialmente no setor sucroalcooleiro, com a instalação de usinas de álcool. Nos últimos quatro anos, em Rio Brilhante foram abertas 1.232 oportunidades de trabalho; enquanto em Nova Alvorada do Sul, foram abertas 1.140 vagas.
Depois de serem frustrados os projetos de duas usinas (uma na região do Capão Seco e outro na divisa com Maracaju, no Piqui), neste ano o cenário em Sidrolândia dá sinais de reversão. A Seara/JBS está concluindo investimentos de R$ 30 milhões e projeta para 2016, aplicar mais R$ 192 milhões; deve começar a operar a plena carga a esmagadora de soja Rio Pardo Bio Energia (investimento de R$ 40 milhões) e o Frigorífico Balbinos. Na JBS há uma expectativa da abertura de mais 300 empregos; mesmo número da esmagadora, enquanto o frigorifico deve assegurar 700 empregos quando estiver operando com sua capacidade plena de abate, 1.000 cabeças de gado por dia.
A criação ano passado do transporte coletivo (em funcionamento desde outubro) estancou um passivo trabalhista milionário (com a cobrança da hora extra in ínterim) que colocava em risco a manutenção da unidade local da JBS/Seara, que com 1.900 funcionários, é a maior empregadora privada da cidade.
Números do mercado de trabalho
Indústria de transformação
Sidrolândia 2007/2014
Fechamento de 888 empregos
36.247 contratações
37.132 demissões
2010/2014
Fechamento de 1.052 empregos
6.041 contratações
7.093 demissões
Rio Brilhante
Abertura de 1.232 novos empregos
9.751 contratações
8.519 demissões
Nova Alvorada do Sul
Abertura de 1.140 empregos
7.469 contratações
6.329 demissões




