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ECONOMIA

Sidrolândia encerra 2014 com 52 postos de trabalho fechados e com menos contratações que 2012

Um dos setores mais atingidos foi justamente a indústria da transformação que sempre foi um carro-chefe na geração de empregos na cidade

Flávio Paes/Região News

24 de Janeiro de 2015 - 08:22

O cenário nacional de queda no ritmo de contratações e fechamento de novas vagas de trabalho com carteira assinada registrado em 2014 ,se reproduziu em Sidrolândia que pelo terceiro ano consecutivo apresenta saldo negativo entre contratações e demissões. Ano passado foram fechados 52 empregos formais, um resultado melhor que o dos dois últimos anos (528 em 2012 e 731 em 2013) que foram impactados pela lenda agonia e por fim, fechamento da Usina Santa Olinda de Quebra Coco. De acordo com Cadastro Geral de Emnpregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, ano passado foram efetivadas 3.098 contratações e 3.150 demissões.

Embora o número de admissões tenha apresentado crescimento de 11,10% sobre 2013 (quando foram 2.754), este resultado é pior que o de 2012 (3.790) e 2011 (4.139). O total de contratações de 2014 é 55% menor, por exemplo, que o de 2008, quando a cidade tinha metade da população atual e foram efetivadas 6.889 admissões.

Um dos setores mais atingidos foi justamente a indústria da transformação que sempre foi carro-chefe na geração de empregos com carteira assinada na cidade. Ano passado, foram fechadas 66 vagas de trabalho nas indústrias de Sidrolândia . As duas indústrias  da área de  têxtil e confecções (Tip e Top e Via Blumenau) estão sofrendo os efeitos da concorrência com as importações chinesas. O setor que começou  ano com 335 empregos, terminou com 291, com o fechamento de 44 postos de trabalho.Em três anos, a partir de 2012, as empresas fecharam 276 empregos.

 As indústrias fizeram 1.064  contratações, ante as 1.130 demissões efetivadas. Esta tendência de retração vem se repetindo desde 2010. Nos últimos quatro anos o setor cortou 1.052 empregos. Começou 2014 o ano com 2.665 empregos e terminou com 2.599, dos quais 1.700 apenas numa empresa, a JBS/Seara.

A perspectiva é de que este cenário será revertido, com a instalação do frigorífico Balbinos com previsão de gerar 700 empregos diretos. A cidade continua extremamente dependente de uma única empresa, a JBS/Seara, que emprega 65% dos funcionários do setor.

O setor agrícola, mesmo com a cidade obtendo sucessivas super-safras,como é altamente mecanizado, gera poucos empregos diretos: apenas seis novas oportunidades de trabalho ao longo de 2014. Foram 533 contratações, ante as 527 demissões. Enquanto a indústria tem 2.565 empregados, a agricultura e pecuária, tem 1.406.  

A cidade passa por um processo de crescimento demográfico que tem levado Sidrolândia aos 50 mil habitantes. O setor imobiliário está aquecido com a previsão da oferta de 4 mil terrenos em diferentes empreendimentos.

Cenário estadual

Em Mato Grosso do Sul 13 mil postos de trabalho foram fechados nos últimos três meses, Mato Grosso do Sul encerrou 2014 com queda recorde na criação de empregos. De janeiro a dezembro do ano passado, houve a geração de 2.128 novos empregos com carteira assinada, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Este é o menor saldo desde 2003, quando o MTE iniciou o Caged. Em relação a 2013, a queda é 89,9%.

Apenas em dezembro, foram fechados 10.472 vagas, com destaques para os setores de serviços, construção civil e indústria. Na análise do economista Thales de Souza Campos, essa situação é reflexo da recessão técnica, caracterizada pela redução do ritmo de crescimento. 

Pela série histórica do Caged, o pior desempenho havia sido, até então, o do 2005, com criação de 8.405 empregos, ou seja, quatro vezes a mais que o resultado de 2014. Desde 2010, com 28.088 novos empregos, os saldos superavam os 20 mil: em 2011, foram gerados 23.346 vagas; em 2012, 24.224; e, em 2013, 21.071. O número de 2013 é dez vezes  maior que o de 2014.