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Carro é atingido e arrastado por trem em linha férrea no 'coração do Pantanal'

Acidente aconteceu no cruzamento da linha férrea que fica localizada na Rua 21 de Setembro, entre as vias Gonçalves Dias e Joaquim Venceslau de Barros.

Correio do Estado

22 de Agosto de 2025 - 13:44

Carro é atingido e arrastado por trem em linha férrea no 'coração do Pantanal'
Carro que acabou atingido pelo trem foi arrastado por aproximadamente 20 metros - Foto: Reprodução/Divulgação

Longe aproximadamente 428 quilômetros da Capital, um acidente curioso chamou atenção na noite de ontem (21) não pela gravidade ou número de feridos, mas pelo fato inusitado de ter envolvido no registro um carro sendo atingido por um trem em pleno 2025 no Mato Grosso do Sul.

Na Cidade Branca de Corumbá, esse acidente aconteceu no cruzamento da linha férrea que fica localizada na Rua 21 de Setembro, entre as vias Gonçalves Dias e Joaquim Venceslau de Barros, cerca de 10 minutos de distância do Porto Geral e aproximadamente quatro quilômetros longe do popular monumento Cristo Rei do Pantanal.

Justamente nesse ponto da 21 entre as ruas citadas acima, bem próximo ao Fórum do município, há o cruzamento de uma linha férrea, onde o carro acabou atingido pelo trem, sendo arrastado por aproximadamente 20 metros.

Com a ocorrência atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar de Corumbá, os agentes indicaram que, ao chegar ao local, o motorista do veículo já havia conseguido escapar do carro de passeio, que sofreu danos significativos.

Diferente de seu condutor, um motorista de 50 anos (identificado pelas iniciais A.R.R.G.G), que foi encontrado consciente e orientado e sem nenhum ferimento aparente, apesar do susto que apontou ter levado.

Trem no Pantanal

Conforme repassado pelo maquinista aos agentes, o trem em questão era composto por 14 vagões e transitava pelo trecho da linha férrea com "todos os sinais de segurança acionados".

Ainda segundo o maquinista, ao avistar o carro de passeio o condutor acionou imediatamente o sistema de frenagem, sendo que as circunstâncias deste acidente ficam agora a cargo das autoridades competentes.

Em Mato Grosso do Sul, a história ferroviária local remonta à época do Brasil Império, quando em meados do século XIX já se discutia uma ligação do então Mato Grosso Uno até o litoral brasileiro.

História

Justamente a Guerra do Paraguai/Tríplice Aliança (1864-1870) - e os oito meses que o primeiro contingente brasileiro levou para percorrer os mais de dois mil quilômetros, entre a vila de Coxim, na província do Mato Grosso, e a então Capital Imperial do Rio de Janeiro - deixou claro a necessidade de uma ferrovia.

Entretanto, os primeiros planos, concessões e reais ferrovias tiradas do papel em Mato Grosso do Sul só foram ganhar força nas duas primeiras décadas à partir de 1900.

Em 1904 nascia a Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que depois de de anos com as atenções do País voltadas para linhas em Bauru e a atual região de Guarantã (SP), modificou em 1907 um destino da concessão federal de Cuiabá para o portal fluvial em Corumbá, divisa com a Bolívia.

Com a concessão dividida posteriormente em duas partes posteriormente, o trecho que ligava o agora Mato Grosso do Sul ao resto do País passou a figurar juridicamente como domínio da União, com o início da construção da ferrovia Itapura-Corumbá datada de 1908.

No futuro, a Noroeste ficaria conhecida pela sigla NOB, somando uma extensão total de 1.622 quilômetros, com a linha-tronco indo de Bauru (SP) a Corumbá, além de um ramal da estação Indubrasil, em Campo Grande a Ponta Porã, na divisa com o Paraguai, e outro de Corumbá ao porto de Ladário, com uma média de seis mil passageiros em cada um dos oito trens diários no pico registrado em 1985.