Geral
Estado se aproxima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal com 46,9% da receita comprometida com pessoal
O levantamento compara o desempenho de todas as unidades da Federação quanto ao cumprimento dos limites da LRF — incluindo despesa total com pessoal, dívida consolidada líquida e operações de crédito.
Redação/Região News
22 de Outubro de 2025 - 13:10

Com 46,90% da receita corrente líquida comprometida com despesas de pessoal, Mato Grosso do Sul se aproxima do limite de 49% imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os dados são do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) em Foco dos Estados + DF, referente ao segundo quadrimestre de 2025 (maio a agosto), divulgado nesta terça-feira (21) pelo Tesouro Nacional. O índice acende um alerta sobre o risco à saúde fiscal do Estado.
O levantamento compara o desempenho de todas as unidades da Federação quanto ao cumprimento dos limites da LRF — incluindo despesa total com pessoal, dívida consolidada líquida e operações de crédito.
✅ Receba no WhatsApp as notícias do RN
Mato Grosso do Sul aparece em terceiro lugar no País entre os estados com maior comprometimento da receita com folha de pagamento, atrás apenas de Rio Grande do Norte (55,73%) e Minas Gerais (48,52%).
Na prática, o indicador mostra quanto o Estado utiliza de sua receita para pagar salários, encargos e benefícios de servidores ativos e inativos. Quanto mais próximo do teto, menor a capacidade de investimento e de custeio, reduzindo os recursos disponíveis para áreas essenciais como saúde, educação, segurança e programas sociais.
Especialistas em contas públicas avaliam que o comprometimento de 46,9% já ultrapassa o limite prudencial da LRF, exigindo medidas de contenção e ajuste fiscal para evitar sanções e preservar o equilíbrio das contas.

O presidente do Corecon-MS (Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul), Diogo Costa da Silva, observa que o alerta também se estende a outros poderes. “As despesas com pessoal no Judiciário chegaram a 5,21%, quase no limite de 6%. No Legislativo, estamos em 2,16%, próximo ao teto legal de 3%. O Ministério Público também se aproxima do limite de 2%, ao registrar 1,55%”, pontua.
“Nosso Estado está com a despesa de pessoal um pouco elevada, e é preciso identificar os motivos”, analisa o economista.
Dívida sob controle
✅ Clique aqui para seguir o RN no Facebook
Apesar da pressão sobre a folha, o Tesouro Nacional aponta que nenhum estado brasileiro ultrapassou o limite legal de endividamento. A Dívida Consolidada Líquida (DCL) não pode exceder 200% da Receita Corrente Líquida.
Os maiores índices foram observados no Rio de Janeiro (202%), Rio Grande do Sul (177%) e Minas Gerais (150%). Na outra ponta, os menores endividamentos estão no Espírito Santo (-60%), Mato Grosso (-22%) e Maranhão (-12%).
Mato Grosso do Sul reduziu sua dívida de 25% para 22% entre 2024 e 2025 — desempenho considerado positivo.
Precatórios e crédito
No indicador de precatórios, Mato Grosso do Sul figura entre os estados com menor comprometimento da receita, com 0%. Os maiores percentuais foram registrados no Rio Grande do Sul (27%), Rio Grande do Norte (25%) e Paraíba (22%).
Em relação às operações de crédito, que medem a proporção dos financiamentos sobre a receita consolidada líquida, os maiores índices até o segundo quadrimestre foram verificados no Piauí (12,5%), Ceará (6,1%) e Alagoas (5,9%).
Transparência fiscal
✅ Clique aqui para seguir o RN no Instagram
O relatório é elaborado a partir das informações inseridas pelos próprios entes federativos no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), administrado pelo Tesouro Nacional.
Com a divulgação, o Tesouro reforça o compromisso com a transparência fiscal e o acesso público a dados que permitem acompanhar a execução orçamentária da União, estados e Distrito Federal, estimulando o debate sobre a importância do equilíbrio das contas públicas.




