Governo de MS exonera petistas após rompimento com o PT

O rompimento entre o governador Eduardo Riedel (PP) e o Partido dos Trabalhadores teve um novo capítulo nesta sexta-feira (12). O DOE (Diário Oficial do Estado) trouxe a exoneração de cinco integrantes ligados ao PT, iniciando então o desembarque oficial do partido da base governista.

A saída do PT já havia sido anunciada em agosto, depois que Riedel demonstrou apoio público ao ex-presidente Jair Bolsonaro, agora condenado pelo STF por trama de golpe de Estado. As manifestações geraram insatisfação dentro da legenda. O afastamento consolidou o fim da aliança que ajudou a eleger o governador em 2022.

Entre os nomes desligados do governo estão:

• Vagner Campos Silva, subsecretário de Políticas Públicas LGBTQIA+;
• Vania Lúcia Baptista Duarte, Subsecretária da Subsecretariade Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial;
• Zirleide Silva Barbosa, subsecretária de Políticas Públicas para Pessoas Idosas;
• Humberto de Mello Pereira, secretário-executivo da Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais, vinculada à Semadesc;
• Marcos Roberto Carvalho de Melo, diretor gerencial da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

Na mesma edição do DOE, o Governo nomeia substitutos alguns dos cargos:

• Mikaella Lima Lopes, Subsecretária da Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+;
• Deividson de Deus Silva, Subsecretário da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial;
• Larissa Diniz Paraguassu, Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoas Idosas;
• Karla Bethania Ledesma de Nadai, Secretária-Executiva da Secretaria-Executiva de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação;

“Saída do PT não afeta gestão”

Em entrevista recente ao Papo das 7, no Bom Dia MS, o governador Eduardo Riedel comentou sobre a saída do PT da base aliada. Ele descartou mudanças em seu secretariado por razões político-partidárias e minimizou o anúncio do PT de deixar a base do governo estadual.

“O PT definiu a saída da base por motivos deles, e tudo bem. Vou recebê-los para entender as motivações, mas impacto nenhum. A gente continua trabalhando independente, para as pessoas e para o público, com diretriz e monitoramento dos resultados”, afirmou.

“Traição”

A deputada federal Camila Jara (PT-MS) afirmou, em entrevista ao podcast Política de Primeira, que considera a recente troca de partido do governador Eduardo Riedel, do PSDB para o PP, uma “traição” ao Partido dos Trabalhadores.

“Eu nunca defendi que estivéssemos no governo, mesmo tendo apoiado o Riedel. O Riedel não é meu inimigo, é meu adversário político. Tenho diferenças pontuais em relação ao governo dele. Isso não significa que não podemos fazer alianças em alguns momentos em momentos pontuais. Eu sempre defendi que a gente não estivesse no governo Riedel por entender que nós temos e defendemos projetos diferentes de sociedade. Agora eu entendo, eu imputo essa saída do PT como um todo do governo Riedel a uma traição”, declarou.