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Polícia prende sete e bloqueia R$ 5,9 milhões de grupo que usava Whats e Telegram em golpes
O grupo também praticava diversos tipos de fraudes digitais, incluindo clonagem de cartões de crédito e golpes contra aplicativos de transporte, como Uber e 99, além de empresas de recarga e pagamento digital.
Primeira Página
21 de Outubro de 2025 - 16:00

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu, nesta terça-feira (21), 48 ordens judiciais em nove estados brasileiros, em um novo desdobramento da Operação Código Seguro, que desarticula uma organização criminosa especializada em fraudes e crimes virtuais. O grupo atuava em clonagens de cartões de crédito, comércio ilegal de dados e golpes praticados por meio de sites próprios, canais no Telegram e grupos de WhatsApp.
A ação, coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), é resultado de investigações iniciadas em 2023, após o acesso indevido a sistemas policiais com credenciais vazadas. Essa é a terceira fase da operação, que já teve etapas realizadas em julho e novembro de 2024.
Nesta fase, foram cumpridos sete mandados de prisão, 15 de busca e apreensão, 15 de afastamento telemático, além da remoção de três sites, sete canais no Telegram e um grupo de WhatsApp. Também foi determinado o bloqueio de R$ 5,9 milhões em bens e valores ligados aos investigados.
As ordens foram executadas fora de Mato Grosso, alcançando alvos nas cidades de São Paulo (SP), Francisco Alves (PR), Fortaleza (CE), Riachão (MA), Cabo Frio (RJ), Jaraguá do Sul (SC), Lauro de Freitas e Apuarema (BA), Manaus (AM) e Coronel Murta (MG).
Estrutura e modus operandi
De acordo com as investigações conduzidas pelos delegados Gustavo Godoy Alevado e Guilherme Rocha, o grupo criminoso operava de forma pulverizada, com integrantes em diferentes estados, e utilizava uma rede complexa de sites e plataformas para comercializar dados sigilosos, informações de veículos e ferramentas para fraudes.
Inicialmente, o foco da quadrilha era a manipulação de informações veiculares, obtidas por meio de acessos ilegais a sistemas governamentais. Os criminosos adulteravam dados de chassis, motores e placas para “esquentar” veículos roubados, simulando regularidade documental.
Com o avanço das investigações, a Polícia Civil identificou que o grupo também praticava diversos tipos de fraudes digitais, incluindo clonagem de cartões de crédito e golpes contra aplicativos de transporte, como Uber e 99, além de empresas de recarga e pagamento digital, como o RecargaPay.
As movimentações financeiras do grupo eram mascaradas por meio de apostas esportivas e corretoras de criptomoedas, usadas para reintroduzir os valores ilícitos no mercado formal, simulando ganhos legítimos.
Avanço no combate aos crimes cibernéticos
O delegado Guilherme Fachinelli, titular da DRCI, destacou que a nova fase da Operação Código Seguro representa um marco no enfrentamento aos crimes informáticos no estado. Segundo ele, a operação reforça a capacidade técnica e investigativa da Polícia Civil em mapear e desarticular redes criminosas que atuam em larga escala no ambiente virtual, protegendo o patrimônio público e privado.




