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Mato Grosso do Sul

Maioria das mulheres não adota o sobrenome dos maridos em Mato Grosso do Sul

Em mais de 300 mil casamentos realizados no Estado, apenas 5,2 mil mulheres adotaram o sobrenome dos maridos, sendo o menor índice da história.

Correio do Estado

25 de Novembro de 2025 - 07:55

Maioria das mulheres não adota o sobrenome dos maridos em Mato Grosso do Sul
Em MS, cai o número de mulheres que adotam o sobrenome do marido ao casar - Foto: Pixabay

O número de mulheres que adotam o sobrenome dos maridos ao se casar atingiu o menor índice desde a edição do Código Civil de 2002, que entrou em vigor em 2003, em Mato Grosso do Sul. No ano passado, as mulheres só adotaram os sobrenomes em 34,2% dos casamentos.

Levantamento dos Cartórios de Registro Civil do Mato Grosso do Sul aponta que em 2024 foram realizados  303.612 casamentos no Estado, sendo que em apenas 5.206 a mulher adotou o sobrenome do marido.

Em 2003, este número totalizava 4.987 adoções de sobrenome dos maridos pelas mulheres dentre um total de 8.793 casamentos.

Lucas Zamperlini, diretor da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Mato Grosso do Sul (Arpen/MS), afirma que os números do levantamento traduzem um novo momento da sociedade.

"Os números mostram uma sociedade que evolui e onde as escolhas individuais ganham mais espaço. A manutenção do sobrenome próprio tem se tornado uma decisão consciente e cada vez mais comum entre os casais”, destaca.

Além da possibilidade da não adoção do nome do marido, a entrada do novo Código Civil também trouxe outras modificações para os relacionamentos, como novos regimes de bens e a escolha da adoção do sobrenome da mulher pelo marido.

Esta novidade não foi tão incorporada pelos esposos, com apenas 0,49% dos maridos adotando o sobrenome das esposas. Em 2003, em números absolutos, de um total de 303.612 casamentos, em apenas 86 casos o homem adotou o sobrenome da mulher.

No último ano, esta opção só ocorreu em 146 casamentos, de um total de 15.206 celebrações.

Por outro lado, os casais têm optado cada vez mais pela não alteração dos nomes de solteiro, opção que hoje ocorre em 50,4% dos casamentos e que em 2003 acontecia em 14,5% das celebrações.

Outra opção que também registrou aumento foi a da inclusão de sobrenome por ambos os cônjuges no casamento, possibilidade permitida pelo novo Código Civil. Em 2023, a inclusão por ambos os cônjuges acontecia em 9,94% dos matrimônios e, em 2024, passou a ocorrer em 18,2% dos casamentos.

Saiba

Novas mudanças, ocorridas recentemente com a edição da Lei Federal nº 14.382/22 facilitaram as mudanças de sobrenomes, abrindo-se a possibilidade de inclusão de sobrenomes familiares a qualquer tempo, bastando a comprovação do vínculo, assim como a inclusão ou exclusão de sobrenome em razão do casamento ou do divórcio.

Da mesma forma, filhos podem acrescentar sobrenomes em virtude da alteração do sobrenome dos pais.