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Policial

Armados de chuço, internos tentam fuga na Unei

Para evitar novos tumultos, os agentes fizeram vistorias em todos os alojamentos.

Dourados Agora

23 de Dezembro de 2010 - 17:40

Dois menores de 17 anos tentaram uma fuga na manhã desta quinta-feira na Unidade Educacional de Internação (Unei) Laranja Doce em Dourados. De acordo com informações apuradas pelo Douradosagora, o fato ocorreu quando alguns menores estavam fazendo uma ligação telefônica para a família. Em determinado momento, um deles, armado com uma espécie de chuço iniciou uma confusão no local. Ele teria ameaçado um agente educacional, para forçar a saída. A ação teve a ajuda de um outro menor.

De acordo com o diretor da Unei, Odenir Alves de Souza, o menor teria utilizado um material de resto de construção, já que o local passa por reformas, para ameaçar os agentes. Rapidamente, segundo ele o tumulto foi controlado.

Acerca de 1 mês o mesmo menor fugiu da entidade, sendo capturado posteriormente. No local há quatro alojamentos com capacidade para 20 internos. A Unei abriga 30, o que indica superlotação. Para evitar novos tumultos, os agentes fizeram vistorias em todos os alojamentos.

VARA DA INFÂNCIA

Sem oferecer atendimento adequado, as Unidades Educacionais de Internação (Uneis) de Dourados não cumprem o papel pelo qual foram criadas, ou seja, reeducar e ressocializar adolescentes infratores. A alegação recente é do Juiz da Vara da Infância e Juventude de Dourados, Zaloar Murat Martins de Souza. Para ele, ao invés de preparar os internos para serem reinceridos na sociedade, sem estrutura, as uneis servem apenas como “depósito de menores”, ou uma espécie de “cadeia”, onde os infratores são retirados das ruas apenas para não oferecer perigo à sociedade, pelo menos por um certo tempo.

Segundo o juiz, dois são os principais problemas crônicos em Dourados. O primeiro é a falta do corpo técnico de psi-cólogos, assistentes sociais e agentes. “O adolescente recém egresso não recebe assistência psicossocial para que se conscientize de fato a não cometer novas infrações e mude realmente de comportamento”, destaca.

Feito isto, segundo Zaloar, o adolescente precisa de mecanismos que o ajude a viver em sociedade de forma honesta, longe da criminalidade. “Para que isto ocorra, o adolescente precisa sair da Unei com uma profissão. Em muitos casos o menor infrator sai da unidade sem saber o que vai fazer lá fora. Com poucas opções ele volta ao crime. Os altos índices de reincidência são facilmente justificados pela falta de oportunidades para estes adolescentes, que não estão saindo melhores do que chega-ram. Alguns poucos só deixam o crime porque temem voltar a ficar “presos”, justificou.