Policial
Depoimentos põem em dúvida morte de cacique
Dourados News/Flávio Verão
23 de Novembro de 2011 - 08:51

A Polícia Federal ainda investiga a morte do cacique Nísio Gomes, 59 anos, tido como morto por indígenas da aldeia Amambai, que há cerca de 20 dias estão acampados às margens de uma fazenda, em Aral Moreira. Durante todo o dia de ontem os policiais trabalharam no caso e não descartam a possibilidade da liderança indígena estar viva.
Depoimentos contraditórios sobre a morte de Nísio colocam em dúvida a morte dele. Uma delas se refere justamente sobre declarações dadas pelo filho da liderança, Valmir Cabreira. O jovem afirmou que o pai levou tiros de calibre 12 na cabeça. Esse tipo de arma provoca grande lesão, deixando vestígios do corpo por todos os lados. No local do crime foi encontrado apenas sangue. Outro detalhe é quanto o boné do cacique. Os indígenas mostraram o acessório aos policiais, que contém um grande furo, mas sem sangue.
Os policiais também trabalham com a hipótese de que o cacique possa estar vivo, já que os tiros disparados contra a comunidade seriam balas de borracha. O filho da própria liderança foi um dos alvos. Teve ferimentos pelo corpo. Ontem a PF recolheu material orgânico dos parentes do cacique, para comparar o DNA deles com o sangue que foi recolhido no local pela Polícia Civil de Ponta Porã.
O caso
O cacique foi morto na última sexta-feira, dia 18. Os indígenas dizem que cerca de 40 pistoleiros chegaram ao local e dispararam contra a comunidade. Nisio foi morto e o corpo levado em uma caminhonete. Duas pessoas estariam desaparecidas, sendo uma mulher e uma criança.
O PROGRESSO esteve no local e por meio de informações colhidas com os indígenas foi informado que somente uma criança de 5 anos estaria desaparecida. Ninguém sabe do paradeiro dos pais dela, que teriam sumido em meio ao matagal e não retornado desde sexta-feira.
O clima de tensão ainda toma conta da fazenda onde os indígenas estão acampados. Eles deram nome ao local de acampamento Tekoha Guaiviry. Temem que pistoleiros retornem.




