Policial
Mãe nega abandono e diz que deixou bebê de 2 meses aos cuidados do pai
Polícia Civil investiga abandono de criança em Campo Grande. Caso veio à tona após denúncia recebida pelo Conselho Tutelar.
G1
16 de Maio de 2012 - 10:44
A suspeita de abandonar a filha de 2 meses de idade no bairro São Conrado, em Campo Grande, prestou depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) na tarde desta terça-feira (15). O caso começou a ser investigado após denúncia recebida pelo Conselho Tutelar no dia 8 de maio. A mulher de 25 anos nega o abandono, alegando que deixou o bebê aos cuidados do pai.
A mãe do bebê disse que foi trabalhar em Camapuã, distante 135 km de Campo Grande, e pediu para o pai ficar com a menina durante o período que ficasse fora. O Conselho Tutelar informou que ela disse ser garota de programa, informação que foi negada ao G1 pela suspeita.
Quando já estava lá [Camapuã], o pai [da criança] me ligou falando que não poderia mais ficar com ela, disse. A partir daí, a jovem teria pedido para a adolescente de 17 anos ficar com o bebê. Liguei pra ela e pedi para cuidar da minha filha até que eu voltasse. Ela falou com a irmã e depois me retornou dizendo que as duas cuidariam.
A mãe do bebê afirma que ficou 20 dias fora de casa e nesse periodo, ligava para a vizinha em busca de notícias sobre a menina. Depois de ficar sabendo que o Conselho Tutelar havia levado a filha, ela entrou em contato com a adolescente, mas nega que fez ameaças.
No dia em que fiquei sabendo, falei que se ela [adolescente] não me explicasse, eu ia atrás dela. Agora ligo, mas ela não me atende mais, disse. Depois que prestou depoimento, a jovem foi liberada.
Andamento do caso
A titular da Depca, Regina Márcia Rodrigues, disse ao G1 que precisa ouvir os depoimentos do pai e da dona da casa onde a adolescente buscou o bebê para confrontar com a versão da mãe.
Depois disso, a delegada vai definir se haverá ou não indiciamento por abandono material, crime previsto no artigo 244 do Código Penal (deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários). A pena prevista é de 1 a 4 anos e multa.
Na segunda-feira (14), três pessoas prestaram depoimento sobre o caso: o conselheiro tutelar responsável pelo caso; Alessandra da Silva Oliveira Fernandes, 24 anos, última pessoa que cuidou do bebê; e a adolescente de 17 anos.




