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Policial

Manifestantes fecham rua e PM solta bomba de efeito moral

A mobilização começou por volta das 16h30 e no fim da tarde os moradores haviam ateado fogo em colchões, galhos, pedaços de madeira impedindo a passagem pela via.

Campo Grande News

15 de Dezembro de 2012 - 09:00

Protesto de moradores após a morte de uma criança de 10 anos na tarde de hoje terminou com a detonação de uma bomba de efeito moral, no bairro Aero Rancho. O grupo de moradores bloqueou a Rua Thirson de Almeida, prolongamento da Avenida Ernesto Geisel, onde o menino Wesley Menezes da Silva, 10 anos, morreu atropelado na última quarta-feira (12).

A mobilização começou por volta das 16h30 e no fim da tarde os moradores haviam ateado fogo em colchões, galhos, pedaços de madeira impedindo a passagem pela via. Eles pedem que seja colocado um semáforo no local.

Para a moradora Divonete Alves, 30 anos, a falta de sinalização e fiscalização na Thirson de Almeida é um descaso das autoridades do trânsito. “Na hora de pedir voto e aumentar salários eles são bons, mas na hora de sinalizar a nossa via ninguém aparece”, desabafou.

No momento em que a população interditava a rua Moacir de Melo Mendes, acima da Thirson de Souza, policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) reagiram com uma bomba de efeito moral. Houve correria e os moradores acabaram liberando a rua.

Além da PM, policiais da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), Bombeiros e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) acompanharam o protesto.

Uma das organizadoras do protesto, Suzicleia Gamarra, 23 anos, tem um filho de 6 anos e disse que já perdeu uma amiga grávida em um acidente na mesma rua e que já presenciou outras 15 ocorrências no local. “Quantas pessoas vão precisar morrer para eles sinalizarem essa via?”, desabafou.

A tia de Wesley, Olívia Silva Lins, 28 anos, estava revoltada com a motorista que dirigiam o Corsa Classic que atropelou a criança. Segundo os moradores, a mulher do motorista conduzida carro, versão não confirmada pela PM. “Ela não tinha habilitacao e trocou o comando do carro com marido”, afirmou.

Bastante nervosa, a mãe de Wesley, Lilian Menezes, 32 anos, acompanhou o protesto e disse que se preocupa com a violência do trânsito no local e o risco que correm as crianças e adolescentes do bairro. “Esse cruzamento é muito perigoso existem duas creches e uma escola na região”, disse.