Gerson reforça projeto político de grupo e minimiza espaço para candidaturas 'outsider'

O encerramento do ano legislativo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul marca, também, o início antecipado das articulações para a sucessão de 2026. Em entrevista concedida ao término da última sessão de 2025, o presidente da Casa, deputado Gerson Claro (PP), deixou claro que o próximo ciclo eleitoral será definido muito mais pela capacidade de organização dos grupos políticos do que pelo apelo de candidaturas personalistas.

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Ao projetar o calendário político, Claro afirmou que janeiro tende a ser um mês de baixa intensidade por conta do recesso, mas que fevereiro será de aquecimento e março deve concentrar o ápice das movimentações, com a abertura da janela partidária. É nesse período que as chapas proporcionais e os arranjos majoritários começam, de fato, a ganhar forma, mirando as eleições gerais de 2026, que incluem a disputa pela Presidência da República, governos estaduais, Senado e Assembleias Legislativas.

No centro desse tabuleiro, Gerson Claro defendeu candidaturas inseridas em projetos políticos de grupo, numa crítica direta ao avanço de nomes com perfil de outsider. Segundo o presidente da Assembleia, esse tipo de candidatura costuma se sustentar em narrativas simplificadas e na exploração da polarização política, mas carece de propostas estruturantes e de capacidade real de resposta às demandas da sociedade.

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A leitura do parlamentar aponta para uma estratégia clara: fortalecer um campo político já consolidado no Estado. Nesse desenho, o governador Eduardo Riedel (PP) surge como nome natural à reeleição, enquanto o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) aparece como favorito para uma das duas vagas ao Senado. A disputa interna pela segunda vaga, ainda em aberto, é tratada como parte de um processo de acomodação que exigirá equilíbrio e negociação dentro do grupo.

Embora admita interesse pessoal na corrida ao Senado, Claro evita o discurso de confronto e minimiza a possibilidade de ameaças externas. Para ele, candidaturas fora desse arranjo tendem a encontrar dificuldades em disputas majoritárias, que exigem capilaridade política, alianças amplas e sustentação institucional. “Não acredito em iniciativas individuais”, afirmou, reforçando a tese de que decisões eleitorais desse porte são fruto de construção coletiva.

O posicionamento também revela o papel que Gerson Claro busca desempenhar no processo: o de articulador político e fiador da unidade do grupo governista. “Estou trabalhando muito e me preparando para viver este momento”, disse, ao sinalizar que seu futuro eleitoral estará condicionado ao desenho final das alianças e à capacidade do grupo de se manter coeso.

Balanço do Legislativo

Ao fazer um balanço da atuação da Assembleia Legislativa em 2025, o presidente da Casa destacou a sintonia com o Governo do Estado como fator central para a viabilização de pautas estratégicas. Entre os principais avanços, citou a autorização para a Parceria Público-Privada (PPP) da gestão do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em Campo Grande, cujo processo já se encontra em estágio avançado, além da PPP voltada à universalização do saneamento básico.

Também foram aprovadas autorizações para a contratação de empréstimos destinados à infraestrutura viária, com cerca de R$ 2 bilhões em obras anunciadas, consolidando a Assembleia como peça-chave na sustentação do planejamento do Executivo.

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Segundo os dados apresentados, ao longo do ano foram protocolados 508 projetos de lei, com 249 aprovados e 66 rejeitados, enquanto outros 193 permanecem em tramitação. Os parlamentares também apresentaram 2.752 indicações, 301 requerimentos e 844 moções, instrumentos que reforçam o vínculo político com as bases eleitorais.

O ano legislativo foi oficialmente encerrado nesta terça-feira. As atividades parlamentares serão retomadas em 1º de fevereiro de 2026, enquanto o recesso administrativo da Casa