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Policial

Mulher que matou companheira afirma que queria 'retirar espíritos' durante briga

O feminicídio de Solene Aparecida Ferreira Corrêa, de 46 anos, ocorrido na tarde de segunda-feira (21) em Três Lagoas, expôs uma relação marcada por episódios anteriores de violência.

Dourados News

22 de Outubro de 2025 - 09:55

Mulher que matou companheira afirma que queria 'retirar espíritos' durante briga
Durante o interrogatório, ela relatou que a discussão começou por ciúmes e desentendimentos financeiros - Crédito: Divulgação/PCMS

O feminicídio de Solene Aparecida Ferreira Corrêa, de 46 anos, ocorrido na tarde de segunda-feira (21) em Três Lagoas, expôs uma relação marcada por episódios anteriores de violência. A autora do crime, Laura Rosa Gonçalves, de 43 anos, já havia sido denunciada por agredir a companheira e usava tornozeleira eletrônica desde julho, por determinação da Justiça de Campo Grande. Mesmo com medidas protetivas em vigor, as duas haviam reatado o relacionamento há cerca de dois meses.

Durante o interrogatório, ela relatou que a discussão começou por ciúmes e desentendimentos financeiros. Afirmou que Solene a atacou com uma faca, mas que conseguiu desarmá-la. Mesmo assim, continuou a esganar a companheira até ela parar de reagir, dizendo acreditar que a vítima estava “incorporada por espíritos” e que tentava “retirá-los”.

O crime aconteceu por volta das 14h30, na rua Pingo de Ouro, no Bairro Primavera. Vizinhos ouviram gritos vindos da casa e acionaram a Polícia Militar. Quando as equipes chegaram, encontraram Solene caída na sala, sem vida e com sinais de violência. Em frente ao imóvel, estava Laura, que admitiu ter matado a companheira e se entregou espontaneamente.

A investigação apontou que Laura havia agredido Solene anteriormente, chegando a fraturar o braço da vítima. Apesar da tornozeleira e das restrições impostas, Solene decidiu retomar a convivência com a companheira, mudando-se recentemente para Três Lagoas.

A Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) ratificou a prisão em flagrante e representou pela conversão em prisão preventiva, devido à gravidade dos fatos e ao risco de reincidência. A residência foi periciada, e faca e celulares foram apreendidos. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para exame necroscópico.