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Política

Artuzi vai a imprensa dizer que "armaram contra ele"

Com relação as imagens que mostra ele contando dinheiro, Artuzi justifica, que foi a venda de um terreno negociado por R$ 20 mil

Dourados Agora

15 de Dezembro de 2010 - 16:25

O ex-prefeito Ari Artuzi (sem partido) está concedendo entrevistas a emissoras de televisão. Nesta quinta-feira o Canal Boa Vida (canal 22 - Via Cabo) transmite entrevista com ele, às 10h, às 13h, às 19h e as 23h.

Nesta quarta-feira, em entrevista ao programa Bom Dia MS, da TV Morena, Artuzi negou categoricamente que seja verdade as acusações contra ele e diz que tudo foi uma grande armação do ex-secretário de Governo, Eleandro Passaia e da Polícia Federal e outras pessoas, que ele não citou o nome.

Questionado sobre a origem do dinheiro para pagamento de propina aos vereadores, Artuzi, se defendeu e culpou Passaia: “Isso vocês têm que perguntar para aquele rapaz, acho que Passaia; é ele que deve falar para as pessoas aonde pegou o dinheiro. Se ele pegou o dinheiro, era ele que tinha que ir para a cadeia e não eu”, afirmou.

Com relação as imagens que mostra ele (na varanda da casa) contando dinheiro, Artuzi justifica, que foi a venda de um terreno negociado por R$ 20 mil.

“A grande verdade é que não é propina. Foi um terreno que vendi por R$ 20 mil e recebi R$ 10 mil, foi passado escritura e tenho recibo”, afirma. Defendendo a esposa Maria Freitas, que também ficou mais de três meses na prisão por aparecer na gravação também recebendo dinheiro, ele explica a ex-primeira-dama recebia a segunda parcela pela venda do terreno, também no valor de R$ 10 mil.

“Ela sabia que receberia 20 mil, mas passaram apenas 10 para ela, por isso ela disse que era pouco”, explicou Artuzi. No entanto, segundo a Policia Federal, o dinheiro que Artuzi recebe é referente a um terreno que a prefeitura teria comprado para a construção de um conjunto residencial.

O município teria pago 480 mil pelo imóvel. Segundo as investigações, o valor é R$ 80 mil a mais, que o praticado no mercado imobiliário. Essa diferença voltaria para as mãos do prefeito em várias prestações. Durante a entrevista, Artuzi diz que ao contrário do que diz a polícia, não é Passaia que lhe entrega o dinheiro. “Não foi ele que passou o dinheiro para mim. Sabia que a pessoa iria levar o dinheiro e foi junto com essa pessoa para poder filmar, quer dizer, já foi a mando de alguém”, afirmou. Para a Policia Federal, a imagem é clara, e quem passa o dinheiro é o ex-secretrário de Governo e foi por causa dessa evidência que a polícia prosseguiu com as investigações.

As imagens de outros vereadores pegando o dinheiro também serviu de prova para deflagrar a operação Uragano. Além do vice-prefeito, Carlinhos Cantor (PR), vários vereadores recebem maços de dinheiro vivo.

Durante a Operação a Polícia encontrou na casa de Artuzi, quase R$ 150 mil em dinheiro, além disso, a justiça mandou apreender bens que somam quase R$ 1 milhão.

De acordo com os investigadores, vários imóveis da região pertenciam a Artuzi. Durante a entrevista o ex-prefeito fala sobre o patrimônio para justificar a fortuna que a polícia afirma ser dele. “Ninguém fala que vendi um sitio em Caarapó, de 40 alqueires; ninguém fala que vendi dois terrenos no Parque Alvorada; uma casa no 4º Plano; um terreno perto da Unigran que estava em meu nome; um na Rangel Torres e uma casa na José de Alencar. Para muitas pessoas não importa, o que importa, é tentar caluniar”, critica. Na verdade, é que tudo isso ficou ruim para mil, muito ruim. Mas um dia vou provar que nada disso é verdade”, garantiu.

Com relação as ameaças de morte, Artuzi disse que é tudo mentira. “Tudo isso é mentira. Porque se quisessem me matar, tinham ido no meu sítio e me dado um tiro. O lugar mais fácil de me matar é lá. Eu não tenho medo”, afirmou.

Questionado porque resolveu renunciar a prefeitura dentro da prisão, Artuzi, justifica que fez isso para que fosse possível a realização de eleição direta em Dourados. “Se deixasse para o outro ano, não teria eleição direta e isso eu combinei com meus advogados”, revela.