Política
Cassação de Tavares vai fortalecer PSB e dar tranquilidade ao governo do Estado
Caso a Justiça Eleitoral confirme a decisão, Paulo Duarte assumirá a vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Correio do Estado
09 de Setembro de 2023 - 08:30
A provável confirmação da cassação do mandato do deputado estadual Rafael Tavares pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo fato de o PRTB não ter cumprido a cota mínima de participação feminina na eleição do ano passado, vai fortalecer o PSB em Mato Grosso do Sul.
Com a manutenção da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), que, por unanimidade, cassou o mandato de Rafael Tavares no dia 13 de fevereiro deste ano, todos os votos obtidos pelo PRTB serão cancelados, abrindo, desta forma, uma vaga na Assembleia Legislativa para o ex-deputado estadual Paulo Duarte, presidente estadual do PSB.
Portanto, o partido ganhará uma cadeira na Casa de Leis, a única da legenda, e, com a presidência da Câmara Municipal de Campo Grande, ocupada pelo vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão, passará a ser uma sigla de respeito no Estado, fortalecendo inclusive a pretensão do PSB de lançar candidatura própria à prefeitura da Capital.
Durante a cerimônia de posse no comando da executiva estadual do PSB em Mato Grosso do Sul, realizada na noite de 30 de junho deste ano, no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Corumbá Paulo Duarte já tinha adiantado ao Correio do Estado que o partido estará forte para o pleito de 2024, lançando candidaturas próprias para prefeito na Capital e em mais 20 cidades do interior.
“Partido que não disputa eleição é igual time de futebol que não joga, o primeiro fica sem filiados, enquanto o segundo fica sem torcida. Então, estamos trabalhando dentro de um número realista de lançar candidatos a prefeito em Campo Grande e em 15 a 20 cidades do interior do Estado”, informou.
SONHANDO GRANDE
Duarte também revelou na época que o objetivo do PSB, tendo bons resultados no ano que vem, é formar em 2026 chapas competitivas para fazer pelo menos dois a três deputados estaduais e um deputado federal, “que foi a missão dada pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, a mim e a toda a direção da sigla em Mato Grosso do Sul durante a missa de posse”, declarou.
Paulo Duarte considerou ainda que esse é um momento importante para o PSB em Mato Grosso do Sul. “Ao assumir a presidência do partido, vou trabalhar muito e dar continuidade às ações de fortalecimento iniciadas com o meu amigo Ricardo Ayache [médico e presidente da Cassems], para alcançarmos o crescimento que desejamos já nas próximas eleições municipais”.
Em sua fala, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, também destacou o processo de fortalecimento da sigla no Estado para as próximas eleições. “As eleições municipais são um momento muito importante para a consolidação das aspirações de qualquer partido. Aqueles que conseguiram cumprir a cláusula de desempenho, a chamada cláusula de barreira, precisam agora se firmar e se reafirmar, preparando-se também para as eleições de 2026. Então, nós temos esperança de que, com essa nova direção, tenhamos uma reorganização do partido”, finalizou.
Carlão também ressaltou que o trabalho é garantir o crescimento da sigla, organizando os diversos núcleos do partido. “Queremos núcleo indígena, comunitário, da mulher, do negro. Então, vamos conseguir fazer o partido crescer em todos os segmentos, desde o comunitário, passando pelas mulheres, juventude, LGBTQIAPN+ e inclusão”, afirmou.
BENEFICIADO
A cassação do mandato de Rafael Tavares não beneficia apenas o PSB, pois o governador Eduardo Riedel (PSDB) também será favorecido, afinal, o parlamentar e o colega de Assembleia Legislativa, deputado estadual João Henrique Catan (PL), são os principais críticos da gestão estadual.
Com a saída de Rafael Tavares, sobra apenas João Henrique Catan como “pedra” no sapato de Riedel, porém, como uma andorinha só não faz verão, os pesados pronunciamentos na tribuna da Casa de Leis não terão o mesmo impacto, sem contar que, em vez de dois votos contra as pautas do governador na Assembleia Legislativa, será apenas um.
Na prática, conforme interlocutores do governo do Estado, o deputado estadual João Henrique Catan será um pastor pregando no deserto, ou seja, ele até poderá discursar e tentar divulgar suas ideias, mas será em vão e ele não vai ser ouvido.