Com impasse na base, David é favorito para ser presidente da Câmara pela 4ª vez

O vereador David Moura de Olindo, mantido o cenário atual, de impasse na base do governo entre os dois pré-candidatos (Sérgio Bolzan e Vilma Felini) se cacifa para ser o futuro presidente da Câmara Municipal, ocupando o cargo pela quarta vez. David exerce na Câmara o papel de uma espécie de mentor intelectual do Legislativo, elaborou praticamente sozinho o novo regimento interno, exerce total liderança sobre os outros três vereadores do seu partido, que aliás se filiaram ao Solidariedade por orientação dele. Sua influência abrange também os solitários representantes do PMDB (Rosangela Rodrigues) e do PR (Nélio Paim).

Até a última quinta-feira os dois pré-candidatos governistas insistiam em se manter na disputa, “vendendo” o sonho de que tinham o sétimo voto garantido. Esta esperança tinha com base a tese de que David Olindo estaria blefando ao garantir  ter no mínimo 5 votos, o dele, dos seus três colegas de bancada (Mauricio Anache, Marcos Roberto e Jurandir Cândido) e influência sobre outros dois colegas (Dra. Rosangela) que tem em comum o fato de rejeitarem qualquer possibilidade de acordo com a vereadora Vilma e Edivaldo dos Santos.

O fato é que na quinta-feira o G-7 liderado por David deu uma demonstração de força e unidade ao inviabilizar, impedindo o quórum, a sessão extraordinária convocada para a votação de projetos de reajustes salariais e de subvenções sociais. O gesto não vai trazer nenhum prejuízo já que as propostas serão votadas na segunda-feira, mas serviu que a aludida unidade da oposição é uma realidade, não um blefe criada por Olindo.

Se já enfrentou dificuldades nos últimos dois anos, para aprovar projetos e enfrentou até CPI (o do Fundeb), tendo um aliado na presidência (Ilson Peres) e David comandando a oposição, o prefeito Ari Basso pode ter problemas ainda maiores no próximo biênio, quando ao que tudo indica, Olindo estará à frente do Legislativo, muito embora o próprio David tem demonstrado disposição em "ajudar" a base aliada na tratativa das deliberações em plenário, caso seja eleito.