CPI da Enersul vai analisar inquérito da Comissão de Valores Mobiliários

A CPI da Enersul/Energisa vai começar os trabalhos pela análise de relatórios feitos durante o período de intervenção na Enersul, responsável pela concessão de energia em 74 municípios do estado, atualmente sob administração da Energisa e auditorias. Um dos levantamentos, é referente ao inquérito administrativo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurado em junho de 2014.

A comissão é ligada ao Ministério da Fazenda e investigou a gestão do grupo responsável pela companhia de energia. No documento da CVM, está parte do relatório da auditoria da PricewaterhouseCoopers contratada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que resultou no inquérito administrativo.

Segundo o parecer, são dez itens com suspeita de irregularidade na aplicação de recursos da Rede Energia S/A, empresa que controlava a Enersul no estado. Um dos itens mostra 35 pessoas físicas e empresas que recebiam bônus e pagamentos, uma espécie de “mensalão”. O relatório aponta que esses repasses eram feitos sem passar por avaliações de metas de desempenho ou critérios definidos.

Além desta lista, a CPI investiga desvio de R$ 700 milhões entre o período de 2010 a 2014. Outra irregularidade seria o Programa de Universalização de Energia Elétrica, do governo federal. A auditoria constatou a falta de registros contábeis na Enersul de quase R$ 300 milhões e demonstrações financeiras estavam em desacordo com a legislação vigente.

A CPI da Enersul/Energisa fez a primeira reunião nesta quinta-feira (9) para definir a condução dos trabalhos e se contratam empresa de consultoria externa para analisar documentos. O presidente, deputado estadual Paulo Corrêa (PR), disse que vai a Brasília na próxima semana se reunir com o diretor-geral da Aneel, Romeu Donizete Rufino, para ter acesso a documentos que estão na agência.

A empresa ficou sob intervenção da Aneel de agosto de 2012 até setembro de 2013. Em abril de 2014, o Grupo Energisa comprou a Enersul e assumiu a gestão.