Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 21 de Dezembro de 2025

Política

De olho do governo de MS, Delcídio deve fazer campanha colado em Dilma

O provável adversário do senador nas eleições do ano que vem é o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), embora a vice-governadora Simone Tebet é outra alternativa do PMDB.

Willams Araújo

12 de Março de 2013 - 10:11

De olho no governo de Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT) deve fazer sua campanha colado na imagem da presidente Dilma Rousseff, em pré-campanha em busca da reeleição.

A estratégia do senador seria usar os acertos e o sucesso do governo petista para impulsionar sua campanha à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB), como os programas sociais, por exemplo, e até o bom desempenho da economia, se for o caso. 

O provável adversário do senador nas eleições do ano que vem é o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), embora a vice-governadora Simone Tebet é outra alternativa do PMDB.

Motivado pelo seu bom desempenho nas eleições para prefeito de Campo Grande do ano passado e também pela candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014, o deputado federal Reinaldo Azambuja avalia a possibilidade de disputar o governo de MS.

“A Dona da Pensão desonerou a cesta básica. O Governo reverte às expectativas inflacionárias e a economia responde com crescimento”, postou Delcídio em seu Twitter, ao comemorar o que considera um resultado positivo no âmbito econômico do País.

Aos seus seguidores nas mídias sociais, o senador tem se reportado a presidente Dilma com esse termo, “Dona da Pensão”, por ela ser a chefe da Nação.

Na prática, Delcídio se refere, ao festejar os números do governo, ao anúncio feito pela presidente Dilma, no último dia 8, da retirada dos impostos federais que incidem sobre todos os produtos da cesta básica.

O anúncio foi feito durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV por ocasião do Dia Internacional da Mulher, no qual ela também divulgou medidas de defesa do consumidor e de combate à violência contra a mulher.

A desoneração dos produtos da cesta básica entrou em vigor com a publicação, na noite da última sexta, em edição extra do "Diário Oficial da União".

O governo vai zerar a incidência de PIS/Pasep-Cofins e de IPI de 16 itens: carnes (bovina, suína, aves e peixes), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes.

Com a redução dos impostos, em tese, o preço desses produtos vai baixar. Na quinta (7), o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) informou que, em fevereiro, os preços da cesta básica subiram em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo órgão.

ALIANÇAS

À imprensa, Delcídio tem dito que ainda é prematuro discutir eleições agora, no entanto, ele tem defendido publicamente uma aliança estratégica com o PSDB visando derrotar o PMDB em 2014.

Também há especulações sobre a possibilidade de uma dobradinha  entre PT e  PMDB, partidos que, embora sejam aliados no plano nacional, são adversários históricos em Mato Grosso do Sul.

O próprio governador André Puccinelli já admitiu essa possibilidade, embora deixe claro que o projeto para 2014 inclui o PMDB como cabeça de chapa.

O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), é o principal cabo-eleitoral dessa dobradinha entre seu partido e o PT, fato que tem causado certa polêmica em setores da legenda.

Embora aliados no plano nacional, essa aproximação está sendo vista como remota em Mato Grosso do Sul e em outros 15 estados, onde os dois grupos políticos se prepararam para o confronto. O embate iminente, portanto, coloca em risco o projeto de reeleição da presidente Dilma, conforme reportagem divulgada esta semana pelo jornal Folha de São Paulo.

As especulações dão conta que Delcídio encabeçaria a chapa na eventualidade de aliança com o PMDB, que indicaria André Puccinelli para o Senado e o vice na chapa petista.  Por outro lado, há uma forte resistência nos dois partidos em torno desse projeto político. Ou seja, setores do PMDB e do PT são contra a ideia.

O ex-governador e vereador de Campo Grande, Zeca do PT, é contra a união entre rivais sob argumento de que o PT não precisa se unir ao PMDB ou ao PSDB para vencer as próximas eleições.