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Política

Delegado preso por homicídios toma posse como deputado federal

Chico Tenório já foi deputado federal e foi preso em fevereiro de 2011, 48 horas após o fim de seu mandato e de sua imunidade parlamentar

Terra

04 de Janeiro de 2013 - 07:11

Entre os 15 deputados federais que tomaram posse nesta quinta-feira está um delegado que passou um ano na prisão acusado de encomendar assassinatos em Alagoas. José Francisco Cerqueira Tenório (PMN-AL), o Chico Tenório, chegou a ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica por sete meses após deixar a prisão, em fevereiro de 2012, enquanto responde pelo assassinato do cabo da Polícia Militar José Gonçalves, em 1996, em um posto de gasolina.

Chico Tenório já foi deputado federal e foi preso em fevereiro de 2011, 48 horas após o fim de seu mandato e de sua imunidade parlamentar. Segundo ação penal proposta pelo Ministério Público, o delegado participou de um "consórcio de deputados" envolvido em atividades criminosas. Além da morte do PM, ele também é acusado de participar do assassinato de Cícero Belém e José Alfredo Raposo Tenório Filho, mortos em 2005, instantes após terem saído da casa do delegado, no condomínio Aldebaran, um dos mais luxuosos de Alagoas.

Durante o ano que passou na prisão, o deputado teve direito a regalias. No Natal de 2011, Tenório e o prefeito afastado da cidade de Traipu, Marcos Santos, organizaram uma festa de na cadeia, com direito à presença da família e fotos no Facebook. A repercussão do caso fez a Justiça determinar o fechamento da Casa de Custódia, na capital, local onde estavam presos. Na cadeia também estava a então prefeita da cidade de Chã Preta e mulher de Chico, Rita Tenório.

Em fevereiro de 2012, beneficiado por um habeas-corpus expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital, que atua no combate ao crime organizado, Tenório deixou a cadeia, com a condição de usar uma tornozeleira eletrônica para ter seus passos monitorados. Mesmo monitorado via satélite pela Justiça, ele assumiu como substituto da Delegacia de Acidentes de Maceió. Em setembro, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) autorizou que ele deixasse de usar a tornozeleira.