Política
DEM vê maior chance de aliança com PSDB e PT em Mato Grosso do Sul
O desejo de Delcídio é contar com Azambuja concorrendo à vaga de senador em sua chapa na campanha eleitoral deste ano.
Willams Araújo
23 de Janeiro de 2014 - 16:47
A direção regional do DEM vê maior chance de selar aliança com o PSDB do deputado federal Reinaldo Azambuja e com o PT do senador Delcídio do Amaral nas eleições deste ano para governo de Mato Grosso do Sul.
A defesa das lideranças do partido em torno da composição da chapa majoritária a ser encabeçada por Delcídio ao governo do Estado é antiga e foi reafirmada nesta quinta-feira pelo deputado estadual Zé Teixeira, vice-presidente regional do DEM.
O desejo de Delcídio é contar com Azambuja concorrendo à vaga de senador em sua chapa na campanha eleitoral deste ano. Dentro da composição majoritária, o nome de Zé Teixeira é lembrado para vice-governador.
Zé Teixeira entende que esse acordo iminente, no entanto, não impede nenhuma outra movimentação política envolvendo as principais lideranças partidárias do Estado, reconhecendo desta forma a necessidade de se manter o diálogo aberto como instrumento integrante da democracia.
O líder democrata se referiu as últimas notícias veiculadas pela imprensa estadual, destacando o encontro marcado para a próxima semana entre Reinaldo Azambuja e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, pré-candidato do PMDB ao governo do Estado.
Nelsinho tenta se reaproximar do deputado tucano depois do rompimento de uma aliança histórica entre PMDB e PSDB durante a campanha eleitoral de 2012, quando Azambuja disputou a prefeitura de Campo Grande e por pouco não passou para o segundo turno.
Fora da segunda etapa na disputa, Azambuja se uniu a Delcídio para ajudar a eleger prefeito Alcides Bernal (PP), derrotando assim o candidato do PMDB, deputado federal Edson Giroto, que tentava manter uma hegemonia de mais de duas décadas à frente da prefeitura da Capital.
O tucano e o senador também se uniram na disputa pela diretoria da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), numa dobradinha que resultou na eleição dos prefeitos Douglas Figueiredo (PSDB), de Anastácio; e Humberto Amaducci (PT), de Mundo Novo. O confronto mais uma vez foi contra um candidato do PMDB, o prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa.
Nós estamos discutindo a construção de um projeto que seja melhor para Mato Grosso do Sul é com pessoas e não com partidos, afirmou Zé Teixeira, ao garantir que já tratou sobre o assunto, inclusive, com o deputado federal Luiz Henrique Mandetta, presidente do diretório regional do DEM.
O deputado informou que voltou a conversar sobre essa parceria com Delcídio e Azambuja, durante a abertura da Showtec (Feira de Tecnologia) 2014, ocorrida na quarta-feira no município de Maracaju.
BARREIRA
A aliança entre PT e PSDB enfrenta resistências das cúpulas nacionais dos dois partidos por causa do confronto iminente entre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na briga pelo Palácio do Planalto.
Ainda assim, as lideranças locais se movimentam no sentido de pular essa barreira. Tanto Azambuja quanto Delcídio garante ter conversado, respectivamente, com Aécio e com o ex-presidente Lula sobre esse projeto em Mato Grosso do Sul, que teriam avalizado a ideia.
Sobre os entendimentos, Zé Teixeira relatou que Delcídio conversou também com presidente nacional do DEM, senador José Agripino, e com o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Apesar da posição de Zé Teixeira em relação à construção desse projeto, no próprio PSDB há um movimento favorável a reconciliação com o PMDB do governador André Puccinelli.
No PMDB, o senador Waldemir Moka também defende a reconciliação com os aliados históricos visando a reedição de uma aliança, considerada imbatível pelo presidente regional do PDT, João Leite Schmidt.
O líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Professor Rinaldo, defende publicamente o retorno do partido ao leque de alianças encabeçado pelo PMDB.
Na conversa que terá com Azambuja na próxima semana, Nelsinho deve tentar uma reaproximação e oferecer espaço em sua chapa.
A ideia dos peemedebistas é que o tucano concorra ao Senado ao lado de Nelsinho, desde que para isto, o partido tenha de mudar seus planos, mesmo porque atualmente está dividido entre a candidatura de André Puccinelli, que se diz disposto a se aposentar, e da vice-governadora Simone Tebet.




