Eleição na Câmara pode inviabilizar vice petista na chapa de Acelino

Foto: Marcos Tomé/Região News

Edivaldo dos Santos durante comemoração da eleição da presidência da Câmara

Depois de tudo certo, do encaminhamento por aliança com os peemedebistas, membros do Diretório Estadual não contavam com o posicionamento de enfrentamento dos vereadores petistas na Câmara. Eles votaram uma resolução em que os vereadores do partido, Sergio Irineu Bolzan e Edivaldo dos Santos “Vadinho”, teriam de acatar a decisão do partido de aliança com o PMDB. Neste pacote, além da fidelidade dos vereadores na Câmara, estaria em jogo à composição para disputar as eleições suplementares de março.

Caso, Bolzan e Vadinho acatassem a orientação do partido, de votar numa chapa mista com membros da base aliada, o PT teria a condição de indicar o candidato à vice na chapa encabeçada pelo empresário Acelino Cristaldo. O assunto foi previamente discutido numa negociação com o comando regional do PT na discussão da composição da Mesa Diretora.

Os vereadores ignoraram a decisão e ao se recusarem acatar a orientação da Executiva Estadual, e agirem por conta própria, elegendo o tucano Ilson Peres para presidir o Legislativo, impuseram uma derrota aos próprios correligionários petistas que terão de rediscutir o processo eleitoral em Sidrolândia.

Em resumo, o PT vendeu uma mercadoria que não pode entregar. Na prática, além do espaço no governo os petistas querem se manter aptos, para garantir a indicação do candidato a vice-prefeito na chapa encabeçado pelo PMDB, condição que sofre resistência pelo grupo político que se manteve na base aliada de Acelino.

No entendimento de membros do PR, por exemplo, que indicou o vereador Nelinho Paim para ocupar a vaga de vice, o PT não esta em condições de exigir o posto em decorrência do racha existente no partido. “Se eles estão desorganizados, sem grupo pra sair às ruas pedir voto, como podem exigir tanto”, comenta o advogado e vereador David Moura de Olindo.

A única ala petista que se manteve fiel às orientações oficiais do partido, por incrível que parece, é o grupo ligado ao ex-vereador Jean Nazareth. Nem mesmo as lideranças que são ligadas ao senador Delcidio do Amaral tem levado a sério as determinações do partido. O Diretório Regional chegou a suspender os direitos estatutários de 21 membros da sigla em Sidrolândia por desobediência e infidelidade partidária.

Em decorrência da resistência da base aliada na composição da chapa majoritária com o PMDB, o PT ameaça lançar candidatura própria, pelo menos é o que afirma Jean Nazareth. Ele diz que tem o aval do ex-governador Zeca do PT para discutir a possibilidade de o PT encabeçar chapa. “Não vejo problema nenhum em disputar a eleição”, comenta.