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Política

Intervenção no PDT tira Enelvo de Riedel e aproxima partido de Marquinhos

Dependendo das vinculações políticas dos novos dirigentes partidários, tanto Enelvo quando Lucas, podem ficar impedidos de subir no palanque de Riedel.

Redação/Região News

21 de Abril de 2022 - 19:22

Intervenção no PDT tira Enelvo de Riedel e aproxima partido de Marquinhos
Enelvo Felini, Lucas de Lima, Dagoberto Nogueira e Eduardo Riedel. Foto: Divulgação

A mudança no comando regional do PDT, imposta por intervenção da Executiva Nacional, provocou um efeito colateral que atingirá diretamente o ex-prefeito Enelvo Felini e o deputado Lucas de Lima. Os dois tiveram o aval do governador Reinaldo Azambuja para se filiarem à legenda que estaria no palanque do ex-secretário Estadual de Infraestrutura,  Eduardo Riedel, pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado. Riedel já anunciou apoio a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Dependendo das vinculações políticas dos novos dirigentes partidários, tanto Enelvo quando Lucas, podem ficar impedidos de subir no palanque de Riedel. O ex- prefeito sidrolandense está em pré-campanha para deputado Estadual, por 15 anos militou no PSDB. Procurado pela reportagem do Região News, preferiu não se manifestar sobre os desdobramentos da intervenção no PDT.

O grupo ligado ao deputado federal Dagoberto Nogueira (que se filiou ao PSDB) foi destituído da Executiva Regional. Entre os novos membros do PDT, o advogado José Belgo, primo do ex-prefeito Marquinhos Trad, pré-candidato do PSD ao Governo e a secretária de Educação da Capital, Alelis Izabel de Oliveira Gomes. O desdobramento, neste contexto, seria o apoio pedetista à candidatura de Marquinhos. José Belga Trad afirma que não há nada resolvido.

Intervenção no PDT tira Enelvo de Riedel e aproxima partido de Marquinhos
José Belfo. Foto: Divulgação

Não há conversa sobre isso, o partido precisa se reorganizar depois que a nacional decidiu fazer a intervenção. Só depois, vamos discutir os apoios aqui”, enfatiza.

Ele também descarta a possibilidade do PDT se inclinar favoravelmente a Bolsonaro. “O PDT tem candidato a Presidência, que é o Ciro Gomes. Não terá qualquer condição do partido apoiar o candidato Jair Bolsonaro”.

“É um momento muito complicado. A saída do partido foi só do deputado Dagoberto, mais ninguém. Não houve debandada para o PSDB. Nós temos um diretório extremamente ativo, estávamos com a campanha para o Ciro Nogueira [à Presidência] organizada, aí vem essa intervenção. A gente não vai aceitar não”, afirma Kelly Costa, que é presidente da executiva do PDT em Campo Grande e representa uma ala da militância pedetista.

Intervenção no PDT tira Enelvo de Riedel e aproxima partido de Marquinhos
Alelis Izabel de Oliveira Gomes. Foto: Divulgação

O problema, segundo Kelly, é a “dupla mensagem” que o apoio a Marquinhos pode passar, uma vez que o ex-prefeito declarou estar com Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, assim como o juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira, que à época era candidato ao Governo pelo PDT e nestas eleições, sairá para o Senado pelo PSD.

“A gente vai resistir porque sabemos que o Odilon está na chapa do Marquinhos. Odilon que traiu o PDT e fez campanha pro Bolsonaro? Marquinhos que fez campanha pro Bolsonaro? Sou militante de esquerda e não existe nenhum passo na minha história para a direita. Nós vamos esperar a reunião com ele [Marcelo Panella], de terça para quarta da semana que vem, mas vamos resistir, não vamos aceitar isso de forma pacífica. Não dá pra gente ser golpeado pelo presidente”, ponderou Kelly.

Comissão provisória - A intervenção nacional ocorreu após o deputado federal Dagoberto Nogueira trocar o PDT, depois de 3 décadas, pelo PSDB para disputar a reeleição. O decano João Leite Schmidt assumiu, então, a presidência estadual e a vice-presidência ficou com o ex-deputado estadual, Antônio Carlos Biffi, ambos afastados desde ontem, conforme registro no TRE-MS. Novas eleições internas aconteceriam em junho.